Um novo presidente

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Giovani Luigi, é inegável, deixa uma sólida herança a seu sucessor: o Beira-Rio remodelado e a classificação para a Libertadores. Mais alguns jovens promissores no elenco, capazes de render em campo e em transações internacionais. De negativo em 2014, houve as sumárias desclassificações nas copas do Brasil e Sul-Americana, para dois times da Série B. A julgar pelas manifestações dos candidatos, Abel continuará sendo o técnico, o que é bom. Ao presidente eleito caberá viabilizar os reforços necessários para enfrentar as competições de 2015 com chances reais de ganhar títulos.
Joguinho à toa
O Flamengo, com reservas e juniores, o Grêmio, desmotivado, com vários jogadores que provavelmente não terá em 2015: eis uma combinação que só poderia resultar em um jogo fraco e desinteressante, que atraiu apenas 15 mil pagantes à Arena. O sétimo lugar no Brasileirão é mais ou menos o que cabia no orçamento gremista – ainda graças à reação empreendida após a chegada de Felipão. A próxima temporada promete sofrimento ao torcedor: vai ser difícil melhorar o time com tanto dinheiro a menos. 
Menos heroísmo, mais futebol
O Inter foi heroico mais uma vez e, contra o Figueirense, voltou a precisar dos acréscimos para definir o resultado, que torna menos pesado o fardo da Libertadores. Um terceiro lugar em um Brasileirão não é pouca coisa, ainda mais se o time não joga o que deveria. A propósito, em quantos jogos o Inter foi forte, impositivo, eficiente, assim como precisaria ser para chegar ao título? No papel o grupo impressiona, em campo cada vitória é uma façanha.
Mudanças a cada rodada
Apenas quatro clubes do Brasileirão chegaram ao final sem mudanças no comando técnico. Houve quem se esmerasse, fazendo três ou mais trocas sem resultados positivos, mas os quatro primeiros colocados mantiveram seus treinadores incólumes ao longo das 38 rodadas. Coincidência?
Quase na mosca
Fui rever arquivos e, na coluna de 4 de junho, encontrei: “Meus favoritos no Brasileirão são o óbvio Cruzeiro, Fluminense, Inter, São Paulo, Atlético-MG e Corinthians, o resto é zebra”. Acertei exatamente os seis primeiros. Ruim foi o palpite de Denilson, comentarista da Band, que cravou na mesma semana: “O Flamengo será campeão do Brasileiro”.
Potencial de audiência
Mercado. Essa é a palavra. É ele quem dita quanto vale um jogo de Grêmio ou Inter para a tevê e quanto a mais de audiência nacional obtém, por exemplo, o tão invejado Corinthians, com os R$ 160 milhões anuais que recebe. Falam em injustiça, em rebelião contra Globo e CBF porque a dupla leva em torno de R$ 60 milhões cada um. Pudera: seus jogos dão audiência apenas no Rio Grande do Sul. Engraçado é ninguém considerar injustiça o que promete o Gauchão: R$ 7 milhões para a dupla Grenal, menos de R$ 1 milhão para clubes do Interior. Uma questão de mercado, só isso.
Pitacos
  • Rogério Ceni desistiu, ainda bem, mas este 2014 ficará marcado pelas aposentadorias de craques como Alex (Coritiba), Jenson Button (na Fórmula 1) e, claro, do nosso Lauro Quadros, inaceitável ausência no rádio e na tevê.
  • O Paysandu, a quem o Inter tanto agradece pelo cavalheirismo naquele jogo que manteve os colorados na Série A em 2002, só neste ano (o de seu centenário) conseguiu voltar – para a Série B, por enquanto.
  • É pena, o torcedor do Nordeste, que tanto ama o futebol, ficou somente com o Sport Recife na Série A.
  • Se o Juventude está em greve por atraso de salários, o que resta aos clubes menores? Ora, administrações realistas, como se constata em algumas cidades do nosso Interior.