Deixa para depois

Deve ser uma estratégia do Grêmio: apanha de qualquer um ao longo do primeiro turno, aí arranja alguém para salvar o time do descenso e alçá-lo ao grupo da Libertadores. Sim, esse filme é de 2010, o milagreiro já está no comando, mas para operar dois milagres seguidos tem de ser santo católico – sagração que Renato está muito longe de obter. Assim, melhor os reforços estrearem de uma vez, o time jogar um futebolzinho razoável a partir de hoje contra o esquálido Avaí e voltar a seu lugar, no topo da tabela. Antes que precise rever um filme de terror, como aquele de 2004.

Vencer o esforçado time do Figueirense no Beira-Rio, isso seria uma obrigação em qualquer época. Ante as precipitadas contestações que sofria o trabalho de Falcão, golear ficou na medida. Assim como as atuações de Oscar e principalmente de D’Alessandro, o melhor em campo. O time todo marcou, jogou, não deixou o adversário jogar e venceu também a crônica dependência dos gols de Damião, este vitimado pela selecionite – fora da lista de Mano, sofre um natural abalo. O Inter terá uma parada dura amanhã (21h), longe de casa, contra o Atlético-MG, que precisa de recuperação. Isso, aliás, pode ser bom para os colorados – mas também pode ser péssimo. Não arrisco palpite.

Há uns meses o Atlético-PR sondou Falcão, que não quis assinar por menos de dois anos. Então foi contratado Geninho, inexplicavelmente demitido em poucas semanas, após uma vitória sobre o Paraná. Em seu lugar veio Adilson Batista: domingo passado, cansado de perder, pediu demissão. Agora a estabanada diretoria procura seu sexto técnico em seis meses de 2011, enquanto o clube estaciona no penúltimo lugar do Brasileirão. Quanta incompetência – e não falo dos treinadores...

Em reportagens e apresentação de programas esportivos, começa a se formar uma clara supremacia feminina. Faz sentido: você prefere ver um marmanjo ou uma mulher bonita no vídeo? Se a competência for semelhante, a resposta é óbvia, pelo menos enquanto os homens forem maioria no estádio e na poltrona. Aqui em Porto Alegre andamos carentes de moças bonitas no esporte: havia a Roberta Gabardo embelezando a tela da Pampa, mas foi para São Paulo, onde encaixou muito bem na Rede TV!.

Semana passada, desde a ensolarada e calorenta West Palm Beach (Flórida), o colunista questionava se as tevês brasileiras não estariam exagerando, com tantos ex-atletas ocupando funções de comentaristas e apresentadores. Volto ao Brasil e fico sabendo que José Luiz Datena trocou a Band pela Record por mais R$ 1 milhão por mês. Adivinhe quem assumiu o comando do São Paulo Acontece (às 13h, pela Sky)? Outro ex-atleta, Neto. Conhece o mundo do futebol, chutava com perfeição, mas não consegue formar duas frases gramaticalmente corretas em sequência...