Arrancada

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O Inter começara bem a arrancada que, computados os dois jogos atrasados, poderia levá-lo à liderança absoluta do Brasileirão. Há uma semana fracassou no Beira-Rio contra o Corinthians, depois perdeu para o concorrente direto Palmeiras, hoje encara o Santos e Wanderley Luxemburgo na ingrata Vila Belmiro. Esse jogo deve ser um divisor de águas: a derrota queima metade da gordura que tinha e sustenta a luta pela vaga na Libertadores. O título sim, esse ficará bem longe - quem é candidato não tem o direito de perder três seguidas neste momento.
Contrastes
Impressiona o retrospecto do Grêmio em jogos no Olímpico, sempre impiedoso contra respeitáveis adversários. Impressionam ainda mais os resultados longe de casa: como aquele time consegue ser incapaz de obter uma vitória, mesmo contra equipes menos qualificadas? Uma semana inteirinha treinando e ouvindo um técnico competente como Paulo Autuori, deve colocar tudo em seu devido lugar. O returno mal começou, mas quem poderia reagir já deslanchou e quem ainda pretende fazê-lo pode considerar-se atrasado. Caso do Grêmio, em relação ao título.
Até que um dia!
Finalmente Rubinho Barrichello voltou a dar alegria à torcida brasileira e chutou o azar para o espaço. É verdade que a McLaren tinha o melhor carro, mas a equipe conseguiu, nos boxes, atrapalhar a corrida impecável que Hamilton fazia na pista. E Rubinho mostrou talento de sobra para aproveitar a chance, rara nesta temporada. Na linda valência, a Brawn GP não teve como privilegiar Jenson Button, líder do campeonato. Pena que esse tratamento imparcial só irá se repetir quando, no braço, Rubinho pontear os treinos e a corrida. Domingo será na Bélgica.
Sem replay
Os três gols do Inter contra o Corinthians foram duvidosos, mas nos momentos em que eles ocorreram ninguém contestou - somente sucessivos replays demonstraram irregularidades. Domingo o Botafogo reclamou que o árbitro teria errado demais a favor do Corinthians, ele acabou retirado da escala. Lá vieram as intermináveis repetições dos lances postos em dúvida e a conclusão: errou contra os dois. Por mais que os prejudicados protestem, se para chegar a uma conclusão é preciso que a tevê repita o lance várias vezes, não se pode cobrar decisões instantâneas e sempre corretas de um juiz de futebol. O jogo no campo não tem replay.
Profissionalismo
Rodrigo Caetano está em alta como gerente de futebol do Vasco, que vai bem na Série B e certamente jogará na elite do Brasileirão em 2010. Para quem não lembra, ele ocupava o mesmo cargo no Grêmio, que não renovou seu contrato e preferiu substituí-lo por Mauro Galvão, novo na função mas experiente no mundo da bola. O mais importante de tudo isso é a profissionalização dos departamentos de futebol dos clubes. Esse produto constitui um mercado milionário, que já não pode ser tocado amadoristicamente.
Exceção
Responda rápido: no futebol, falta profissionalizar o quê? Sim, as arbitragens. Ainda se exige que árbitros e auxiliares tenham outra preocupação principal - em muitos casos, vivem do apito e fazem algum bico por aí, simulando outra profissão. Das 23 pessoas que estão no gramado, normalmente quem ganha menos é o juiz, responsável por presidir o espetáculo e costumeiro alvo de pesadas críticas. Se tivessem dedicação exclusiva e remuneração adequada, os árbitros errariam tanto?
Aposta
Encontro o Gonzaga. Eufórico, me lança um desafio: o Corinthians chega à frente de Grêmio e Inter neste Brasileirão. Por um jantar para quatro pessoas, com bons vinhos, aceito a aposta. Aí o cara explica: contra o Inter foram 11 ausências (incluídos quatro reservas imediatos), contra o Botafogo só três eram titulares. “Imagina esse time do Mano - provoca o fanático - com Ronaldo e toda a defesa de volta, o argentino Defederico, Edu, Balduena e outros reforços?” Sei não, será que fiz bom negócio?