A limonada do Interior

Por Fernando Albrecht

pg3 Mirza e Leondilda Pinzetta
Dona Leonilda Pinzetta, com mais de 80 anos, ficou viúva com menos de 40 anos. Com a prole para alimentar, não se deu por rogada e, em paralelo ao trabalho na agricultura, começou a assar pães caseiros e bolachas para botar comida na mesa. Atualmente, Leonilda e sua filha Mirza mantêm a "Padaria da Tia Mirza", na Linha Santos Filhos, cerca de cinco quilômetros da cidade de Anta Gorda. Exemplo típico de fazer do limão limonada.
 

Encontro internacional

O deputado federal gaúcho Marcel van Hattem (Novo) recebeu em seu gabinete o vice-presidente da Bolsa de Valores de Nova York, John Tuttle, e a diretora para a América Latina da Bolsa de Valores de Nova York, a brasileira Paula Ganem. Conversaram sobre relações internacionais, negócios e a importância de termos um Estado cada vez mais independente do governo.
 

A flor de zíaco

Então você nunca ouviu falar nesta flor? Nem do zíaco? E os dois juntos, "aflordizíaco", lembra alguma coisa? Começa a fazer sentido e em seguida surge "afrodisíaco".
Pois é o texto de uma placa em estado do Nordeste, apregoando as virtudes do suco de guaraná do Amazonas. O Brasil, e não raro o mundo, está cheio de placas ou anúncios com erros hilários. Na Porto Alegre de décadas passadas, era raro ler nas laterais dos caminhões ou carroças "Faz-se carreto" escrito de forma correta.
Houve época em que eu colecionava estes erros. Anotei pelo menos uma dúzia de versões que iam desde "Fa-se carreto" a "Faz-ço carreto" passando pelo "s" com a primeira curva da letra à direita, invertido até um inacreditável "Fazo careto", este em um caminhãozinho da Praça Garibaldi.
Mas não só o pouco letrado erra. Nos restaurantes, você encontra várias formas de "Peixe à Belle Meunière". Às vezes, a grafia é até correta, mas o conjunto da obra é de lascar.
Em meados dos anos 1970, eu e o fotógrafo Maurecy Santos, o Santinho, fomos cobrir um evento em Rosário do Sul ou São Gabriel, não lembro bem. Findo o trabalho, noite alta, quase madrugada, bateu a fome. Tudo fechado. A saída foi a zona do meretrício, ou simplesmente a Zona, que toda a cidade tinha (e ainda tem).
Cabaré, que era como chamávamos as boates, sempre tem bóia. Santinho e eu então procuramos entre as quatro ou cinco casas qual tinha o melhor aspecto. Achamos uma que servia o clássico bife, batatinhas, arroz e ovo.
Mas a escolha não foi pela comida, e sim porque anunciava um show erótico com uma dançarina argentina, a Conchita de Los Rios. A foto no cartaz da entrada do cabaré mostrava uma coroa rechonchuda, tão erótica quanto um pneu de caminhão.
A chamada para o espetáculo era uma maravilha:
- Assista hoje o show erótico de Conchita de Los Rios!
E logo abaixo:
- Completamente seminua!
A propósito: o "à la-minuta da casa", como se lia na entrada, estava muito bom.
Nem sempre se come bem na Zona.

Paulada nos pequenos

Se passar como está pelo Congresso Nacional, a reforma tributária pretendida pelo governo Lula (PT) vai ser uma paulada no setor de serviços se a alíquota do IR passar de 15% para 25%. A maior parte trabalha no sistema PJ e geralmente opera com margem muito estreita, não conseguiriam repassar esse custo.

O osso do cachorro

Quando falou na reforma tributária e avanço das alíquotas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), enfatizou que os ricos deveriam pagar mais. Para o governo, "rico" é quem ganha de R$ 5 mil mensais para cima? Seja como for, o projeto mostra mais uma vez o que o colunista registra há 54 anos de profissão: ninguém faz reforma para perder arrecadação. Cachorro não larga osso.

Os dois copos

É como o velho dilema de copo meio cheio ou meio copo vazio. Pedras do dominó financeiro ameaçam cair, mas os bancos se unem para salvar a praça e, ao fim e ao cabo, salvar eles mesmos. Desta vez é o norte-amerecano First Republic Bank. O sufoco é grande.

Joga pedra no agro I

A batida diária nos recentes acontecimentos envolvendo irregularidades severas na contratação de terceirizados dá a impressão, pela continuidade da cobertura mesmo sem fatos novos, que o alvo não são esses fatos e, sim, visam atingir o agronegócio como um todo.

Joga pedra no agro II

Trata-se de uma estratégia antiga, do tipo que se o agro dá certo e prende o homem no campo, tem que ser condenado. É outro defeito bem nosso, o de derrubar e tornar vil tudo e todos que dão certo e escapam da mediocridade. Generalizando a culpa para todo o setor, tomam exceções como regra.

Buscador de agências

O Sistema Nacional das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS) lançou a ferramenta de Busca de Agências do RS, pioneiro e único no Estado. Os interessados podem pesquisar e encontrar agências de acordo com as suas demandas e perfis de interesse. É encontrável no site da entidade.

A história do Cremers

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) lança na terça-feira, 21 de março, o primeiro livro sobre a história completa da autarquia, em homenagem aos seus 70 anos. Escrito por Eliziário Goulart Rocha, inclui os principais fatos e nomes da Medicina no RS e no Brasil.

Há vagas, porém...

É comum se encontrar em lancherias, padarias e assemelhadas a placa "Há vagas", o que não significa que elas serão preenchidas a contento. A maior parte dos interessados diz que sabe fazer de tudo, mas na realidade não sabe fazer nada direito.