O chute mais importante

Por Fernando Albrecht

Brazil's coach #00 Tite watches his players from the touchline during the Qatar 2022 World Cup quarter-final football match between Croatia and Brazil at Education City Stadium in Al-Rayyan, west of Doha, on December 9, 2022. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP)
Personagem que nem mesmo se sabe se existiu, o filósofo do futebol carioca dos anos 1950, Neném Prancha, dizia que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. Desta vez, na Copa, deveria ser incumbência de Tite. Pelo menos a escalação correta na ordem dos batedores. Neymar, indicado para a quinta cobrança, acabou nem batendo pênalti na eliminação contra a Croácia. Mas isso é apenas uma parte da história. E Tite vai deixar a seleção.
 

Os especialistas

Agora é a vez dos profetas do passado, explicando ad nauseam os erros da seleção brasileira. Como dizia o ex-treinador argentino César Luis Menotti nas coletivas de imprensa pós-jogo, aquí vienen los invictos.

O choro é livre

O choro, às vezes, convulsivo dos jogadores brasileiros não se deve apenas ao sentimento do patriotismo derrotado. Choram também pelos polpudos prêmios que deixaram de receber, sem falar na valorização dos passes após a Copa. Inclui Tite.

Historinha de segunda

Tia de ex-secretário de Estado encontra um político muito conhecido na saída da Assembleia Legislativa, mas não o reconhece de imediato.
Depois de fitá-lo por alguns segundos ela dispara:
- O senhor não é aquele deputado... secretário... como é mesmo o nome?
Em seguida o identifica.
- Sim, sou eu mesmo! - responde o interlocutor.
Aí ela retruca:
- Sabe de uma coisa? O senhor não é tão feio como parece na tevê...

Divino Fonseca

Gaúcho de Santana do Livramento, o jornalista Divino Fonseca, um dos melhores profissionais dos anos 1970 em diante da imprensa brasileira, faleceu aos 79 anos. Brilhou no jornalismo esportivo, especialmente na Revista Placar, mas jogava nas 11.  

Desatino tributário

Reforma tributária que se preste deveria levar em conta não só a racionalidade do hospício que é o emaranhado de impostos e taxas, mas também o encurtamento da distância entre a colheita e a aplicação para a qual o tributo foi criado. Estima-se que de cada
R$ 100 arrecadados, apenas R$ 12 chegam ao seu destino.

Poder absoluto

Nome bem digerido pelos meios castrenses para ser o novo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro falou que conversou com o ministro do STF Alexandre de Moraes sobre os nomes dos comandantes militares. Se até nisso o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) palpita, teremos no Brasil a figura do presidente do B.

Conselheiro Acácio

Personagem de Eça de Queiroz que costumava dizer o óbvio, tem um seguidor fiel. Ao comentar os primeiros titulares do governo Lula, o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que eles ocupam posições estratégicas para o sucesso de seu governo.

Batalha dos aflitos

A batalha pela aprovação da PEC da Transição no Congresso não terminou com a aprovação do pacote pelo Senado, tem o segundo tempo na Câmara dos Deputados. É a versão estendida da antiga odisséia gremista.

O lalau do Rolex

O motoqueiro que gosta de Rolex fez mais uma investida bem-sucedida, também em bairro nobre de Porto Alegre. Surripiou o relógio do dono de um Porsche, com o forte argumento do cano de um revólver. Já roubou tantos que poderia abrir uma relojoaria por aqui.

Desaparecido aparecido

O deputado federal gaúcho Marcel van Hattem (Novo) recebeu com surpresa a decisão do ministro Alexandre de Moraes de "reativar" suas contas nas redes sociais, e por um motivo muito simples: nunca estiveram bloqueadas. O que já aconteceu há mais tempo foi a obrigação de remover conteúdos.

Sobre tremedeiras

A diferença entre a seleção argentina e a brasileira é o tremer das perninhas. Nos pênaltis, as nossas parecem uma batedeira.