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Congestionamento de eleitores
Dava para imaginar que digitar cinco números entre três e cinco algarismos levaria o eleitor a ficar mais tempo na cabine de votação, mas o que se viu ontem foi impressionante. Zonas em que em todas as eleições anteriores se votava vapt-vupt, ontem levaram até 20 minutos cada. Em outras, havia demora que levava mais de uma hora. Resultado: filas enormes.
...congestionamento no trânsito
Ao natural, o eleitor menos familiarizado com a urna eletrônica com cinco nomes já titubeia, o que dirá com casos de correção do voto, para posterior confirmação. Teve ainda o reconhecimento biométrico: em muitos casos, a máquina não lia a digital de primeira. Isso também comeu tempo na sala. Do lado de fora, foi notável o engarrafamento em toda a cidade. Porto Alegre teve movimento de dia útil em muitas avenidas.
Vai faltar divã
Quem dissesse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria perto de Lula (PT) no primeiro turno correria o risco de ser ridicularizado, porque nenhuma pesquisa de intenção de voto, nenhuma, o colocava nessa situação, salvo pequenos institutos, logo no início da campanha, que depois engrossaram o coro da inexorável vitória petista, talvez até em primeiro turno. Vai faltar divã para tanto cliente de psiquiatra.
Erro fatal
O erro dos institutos de pesquisa foi colossal. A vantagem colocada para Lula em relação a Bolsonaro era de 15 pontos percentuais nos últimos dias. Sinceramente, dá para duvidar de qualquer trabalho futuro de institutos de pesquisas. Não serão confiáveis nem para pesquisar quantas melancias tem o mercadinho da esquina. A mesma coisa ocorreu nos levantamentos para governador e senador no Rio Grande do Sul.
O tamanho da bronca
Nenhuma sondagem recente colocou Onyx Lorenzoni (PL) à frente de Eduardo Leite (PSDB), outro erro crasso. Cá e lá, se foi metodologia equivocada ou sem querer querendo, carece de uma explicação pelo menos razoável. Mais uma vez, a culpa será do eleitor. Quanto a Edegar Pretto, o percentual baixo que mostrou nos primeiros trabalhos não estavam em consonância com o tamanho histórico do PT no estado.
O bolo petista
No início da campanha eleitoral, quando Edegar Pretto tinha apenas 10% e, depois, nos últimos dias, quando aparecia com 16% das intenções de votos nas pesquisas, a página escreveu que era fora de qualquer dúvida que ele cresceria até o tamanho do PT no Rio Greande do Sul, em torno de 25%. Dito e feito.
Câmbio de candidato
A votação de Eduardo Leite abaixo do esperado é como acidente de avião, não existe causa única, é uma sucessão de eventos. Entre elas, certamente está o fato de que uma boa parte do MDB gaúcho, que queria ter candidatura própria - como ocorrera nas 10 eleições ao Piratini na redemocratização -, acabou votando em Onyx Lorenoni. Mesmo com o MDB indicando o vice de Leite. Não existe racha grátis.
Quilos diferentes
A campanha 2022 provou, mais uma vez, que debates são troca de desaforos entre os principais colocados nas pesquisas. O resto é polêmica - para usar uma expressão misericordiosa -, barraco, para definir a classificação do povo, ou chinelagem - na definição do povão. Nestes embates, ficou patente que um quilo de ataque pesa mais do que um quilo de defesa.
Cuspindo para cima
Falamos mal dos políticos o tempo todo, mas a grande verdade é que quem os elege somos nós. A falência deles também é a nossa.
Miúdas
CAMPANHA provou que o santinho físico ainda é poderoso, o digital o complementa.
FRASE de um sem-teto justificando o voto em Lula: ele não roubou dos pobres.
QUEM não joga vai para a arquibancada e aplaude. É o destino dos derrotados.
FUNDO Eleitoral distribuído entre 32 partidos políticos beirou os R$ 5 bilhões.
UNIMED Porto Alegre registrou, desde março de 2020 até setembro de 2022, 327 mil exames de RT-PCR.