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O melhor da Concha y Toro na Argentina
Provavelmente o leitor já terá provado, ou pelo menos ouvido falar, em vinhos da Bodega Trivento. Trata-se de um investimento iniciado em 1996 pela famosa Concha y Toro do Chile na secular região produtora de Maipú, em solo argentino. O primeiro movimento foi a compra de 154 hectares de terras no afamado terroir de Mendoza, além de uma vinícola que produzia 2 milhões de litros anuais.
Outras aquisições se sucederam e, em oito anos, a empresa se converteu na segunda maior exportadora da Argentina. A Trivento expandiu fortemente suas linhas premium, aprimorando desde o cultivo de uvas finas e sua perfeita adaptação ao solo, até a tecnologia empregada na elaboração de seus vinhos. Hoje, produz em oito áreas, totalizando 1,289 mil hectares de ampla variedade de topografias, solos e microclimas.
Mas foi em Luján de Cuyo que os empreendedores chilenos descobriram vinhedos centenários, cultivados por imigrantes italianos e propícios à produção de seus melhores vinhos. Não por acaso, eram de uvas Malbec, ícone da vitivinicultura argentina. A negociação foi rápida, a produção, prudente e cautelosa. Foram selecionados quatro hectares das melhores vinhas e dali resultou a primeira safra de um novo rótulo: Eolo, safra 2008.
Esse foi um dos vinhos degustados em almoço no Sheraton Porto Alegre, segunda-feira passada, na companhia de executivos e representantes da Concha y Toro, além da enóloga responsável por sua elaboração - ela responde a perguntas deste colunista na seção ao lado.
Para quem gosta das avaliações de Robert Parker, ano passado ele atribuiu 95 pontos ao Eolo 2008 – outros três rótulos da Trivento alcançaram 90 pontos ou mais. Muito bem: na opinião da enóloga, a safra seguinte do Malbec foi espetacular, o que sustentou durante a degustação do Eolo 2009, com a tímida discordância do colunista, fascinado pela safra anterior; um vinho pronto, agradável, amansado por 18 meses de passagem por carvalho, mas sem deixar-se agredir por ele.
A produção do Eolo é limitada a 6 mil, no máximo 7 mil garrafas por ano. O preço unitário ao consumidor fica em torno de R$ 450,00 (distribuidor no RS, tel. 51 3328-2983).
Três perguntas para Victoria Prandina, enóloga da Trivento
BODEGA TRIVENTO/DIVULGAÇÃO/JC
Nascida e formada em Mendoza, vem de uma família de produtores de vinho na região. Está na Trivento desde 2006, hoje dedicada exclusivamente à elaboração do Eolo, ícone da vinícola.
1 O que torna o Eolo tão especial, a ponto de ser ícone de tão poderosa vinícola?
Ele é realmente diferenciado, vem de vinhedos cultivados desde 1912, com produção controlada para propiciar o máximo de potencial. Passa 18 meses em barricas de carvalho (70% novas, 30% de primeiro uso) sem que isso anule o gosto da uva. O de 2008 traz 93% de Malbec, 5% de Cabernet Sauvignon e 2% de Petit Verdot. O Eolo 2009, eu definiria como um vinho elegante, fruto de uma safra espetacular, 100% Malbec. Ambos são capazes de evoluir nas garrafas, com potencial de guarda estimado em 15 anos, e minha recomendação é de passá-los sempre por decanter, entre 45 e 60 minutos.
2 E essa pontuação tão elevada de Robert Parker para o Eolo 2008?
Merecer 95 pontos foi um grande estímulo, algo invejável, embora, para nós, verdadeiramente significativa seja a aprovação dos consumidores nos países para onde foi distribuído.
3 O que pensa sobre os vinhos brasileiros?
Vejo no Brasil uma clara vocação para os espumantes, são excelentes. Com o tempo, os tintos da Serra irão evoluir, assim como os das regiões da Campanha, dos quais já experimentei alguns vinhos promissores.
Doses
- Sanjo, vinícola catarinense, exportou 240 caixas do Núbio Sauvignon Blanc safra 2012 para o Reino Unido. Com novo rótulo, o vinho foi apontado pelo Anuário de Vinhos do Brasil 2013 como o melhor Sauvignon Blanc brasileiro.
- Mario Geisse considera “um espumante para encantar” a safra 2011 de seu Cave Geisse Rosé Brut. Foi produzido somente com Pinot Noir, de vinhedos próprios cultivados de maneira sustentável, na região de Pinto Bandeira, Serra Gaúcha. Sua elaboração e o envelhecimento se deram ao longo de dois anos.