DHL lista quatro tendências de logística do e-commerce

O estudo E-tailers' Almanac 2023 aponta custo, confiabilidade e regionalização como prioridades para o ano

Por JC

Vendas virtuais deverão atingir R$ 185,7 bilhões no País em 2023
Segundo projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce vai atingir R$ 185,7 bilhões no País em 2023. A entidade não só estima um aumento de 5% nas vendas do ano, como também aponta para um crescimento constante da atividade, que deverá chegar a R$ 273 bilhões em 2027.
Assim, com o intuito de ajudar os vendedores online a planejar seus embarques, a DHL Global Forwarding (DGF), especialista em transporte internacional de cargas do Grupo Deutsche Post DHL, revela quais são as quatro tendências observadas na logística para o comércio eletrônico de acordo com seu estudo E-tailers' Almanac 2023.
"Com o passar do tempo, acontecem mudanças cada vez mais rápidas no varejo eletrônico e, assim, devemos nos antecipar para criar soluções que possam atender não apenas os nossos clientes, como também os consumidores finais. No Brasil, boa parte do comércio eletrônico já é cross border. Pelo estudo, percebemos que as principais preocupações dos varejistas online agora são o custo da operação de transporte, a confiabilidade e a visibilidade em tempo real. Com a sua experiência em transporte internacional de cargas, a DHL Global Forward espera contribuir para o crescimento desse segmento econômico no País", ressalta Mauricio Vaz, gerente do segmento de consumo & varejo da DHL Global Forwarding (DGF) no Brasil.
 

Confira o que deve ser destaque

 Consciência de custo
Com as incertezas macroeconômicas de 2023, os consumidores estão mais conscientes dos seus gastos. Pressões orçamentárias estão forçando consumidores a fazer trocas de categorias de compras. Essa mudança no consumo online faz que os vendedores elejam o valor do frete como principal prioridade, deixando a velocidade de envio em segundo plano.
 Fim do boom no volume pandêmico
Com os consumidores mais conservadores nos gastos, os volumes de compras voltaram aos níveis pré-pandemia, mas ainda assim há um crescimento de 20% em relação a 2019. Os varejistas online enfrentam queda na demanda, pressão na margem de lucro e aumento de custos e em salários. Por isso muitos vendedores estão procurando negociar fretes com múltiplos transportadores e em busca de um serviço mais confiável.
 Confiança e visibilidade em tempo real
Baseado no feedback dos vendedores online, a resiliência, a visibilidade em tempo real e o rastreamento estão no topo das necessidades dos embarcadores, além do preço. Os vendedores pedem updates proativos e recorrentes, via APIs ou e-mails. Como resultado, podemos esperar investimentos elevados entre provedores de logística em análise de dados e notificações de status de transporte.
 Retorno da tendência de regionalização: com a volta à normalidade, a regionalização da cadeia de suprimentos volta a entrar na pauta
Para os vendedores de e-commerce, regionalizar suas redes de distribuição os ajudaria a ficar mais próximos de seus consumidores, reduzindo custos de transporte, mas também implicaria a contratação de parceiros fortes de logística com grande cobertura geográfica.

Estados fora da região Sudeste aumentam faturamento online

De acordo com levantamento da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas virtuais, o e-commerce das pequenas e médias empresas está em processo de descentralização. Embora estados do Sudeste continuem no topo do ranking, outros estados de demais regiões estão ganhando mais força no e-commerce e apresentando crescimento de faturamento notável, como Goiás, Santa Catarina, e Ceará.
Um dos destaques de crescimento é o estado de Goiás, que não aparecia no ranking dos sete estados com maior faturamento até 2021 e teve crescimento do e-commerce nos últimos dois anos, alcançando 49% a mais de faturamento no primeiro trimestre de 2023 em relação a 2022. Já no faturamento total do ano (2021 x 2022), Goiás teve 75% de crescimento.
Na região Sul o destaque é Santa Catarina, que aumentou seu faturamento online em 52% no primeiro trimestre (2022 x 2023) e 39% na comparação ano a ano (2021 x 2022).
Enquanto no Nordeste, o estado do Ceará teve um salto de crescimento significativo nos últimos anos, elevando seu faturamento em 230% (de 2020 para 2022) e passando a ocupar o quarto lugar no ranking de estados com maior faturamento de 2022. No primeiro trimestre deste ano, o Ceará teve aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior.
"A cada novo levantamento percebemos a potência econômica que as demais regiões do Brasil têm apresentado para o e-commerce. A leve queda da participação de São Paulo, em termos proporcionais no faturamento nacional, bem como o crescimento dos demais estados, mostra o quanto o e-commerce tem espaço para crescer e se tornar uma importante fatia da economia por todo país", comenta Guilherme Pedroso, diretor geral da Nuvemshop no Brasil.
Somente no faturamento nacional do primeiro trimestre, a participação de São Paulo sofreu queda nos últimos três anos consecutivos, passando de 54% do faturamento nacional em 2021 para 49% em 2023. Na comparação ano a ano, São Paulo teve aumento de apenas de 8% de faturamento online de 2021 para 2022. Em 2021, São Paulo representava 52% do faturamento total nacional, já em 2022 passou para 48%.
"As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul têm se destacado em cada levantamento, aumentando seus resultados de vendas e elevando a participação no faturamento do e-commerce das PMEs. O aumento das malhas logísticas e a diminuição do custo do frete contribuem para que outras regiões também consigam vender de forma competitiva", aponta Pedroso.