Prato Verde enche de cor o almoço dos porto-alegrenses há 22 anos

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Dificilmente algum porto-alegrense adepto da dieta vegetariana ou que preze por uma alimentação o mais natural possível nunca tenha se deliciado no farto buffet do restaurante Prato Verde. Tradicional ponto de encontro de quem está em busca de um prato colorido e saudável, o estabelecimento situado na Rua Santa Teresinha, 42, próximo ao Parque da Redenção, modernizou-se sem perder de vista a tônica que garantiu movimento diário em seus 22 anos de existência: a preocupação em contribuir para um estilo de vida sustentável, a começar pela culinária.
Primeiro restaurante especializado em alimentação vegetariana em Porto Alegre, o Prato Verde foi criado pelos irmãos Tiago e Tarcísio Flores e, aos poucos, atraiu outros integrantes da família. “Atualmente, alimentamos muitas bocas além das dos nossos clientes”, brinca um dos proprietários do local, Tiago Flores, se referindo aos muitos membros da família envolvidos indiretamente com o negócio, além dos três administradores e dos 24 funcionários.
Cientes de que uma dieta sem carne de qualquer tipo pode ser composta por refeições saborosas e ir além das saladas, o Prato Verde oferece comida caseira, a começar pelo tradicional feijão com arroz, passando pelas famosas pizzas com massa integral e culminando nas diversas sobremesas. Além disso, as refeições do local buscam agradar não só os adeptos de uma dieta vegetariana, mas todos os interessados em comida de boa qualidade. “Hoje 70% dos nossos clientes não são vegetarianos”, revela Flores.
A linha nutricional é ovo-lacto-vegetariana (livre de carnes, aves e peixes, mas fazendo uso de ovos, leite e derivados). Contudo, às quintas-feiras, a casa oferece um cardápio vegano, a fim de agradar aqueles que tem uma dieta mais restritiva, sem ingestão de qualquer alimento de origem animal, como laticínios, ovos e mel.
Com movimentação sempre intensa e filas que preenchem o longo corredor de entrada, o PV, como é chamado por alguns frequentadores, recebe aproximadamente 280 clientes diariamente. Com o aumento da consciência de que uma vida saudável começa pelo que é ingerido e da responsabilidade sobre tudo o que é consumido, o vegetarianismo ganha novos adeptos, cada vez mais jovens. “É interessante que há mais ou menos cinco anos não se via muitas pessoas entre 18 e 24 anos vindo até aqui. Agora, existe uma tendência do público jovem aderir à dieta vegetariana, o que os traz até nós”, comemora Flores.
O estilo de vida pode começar pela comida, mas passa também por práticas diárias cujo impacto ambiental pode ser amenizado com atitudes simples. Pensando nisso, o Prato Verde utiliza água da chuva para a descarga dos vasos sanitários, faz a coleta e entrega do óleo de cozinha ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e utiliza apenas verduras produzidas de forma orgânica (sem agrotóxicos).
Exemplo de que atitudes sustentáveis atraem grande número de pessoas interessadas em apoiá-las, o Prato Verde comemora o sucesso e planeja uma expansão ainda este ano. “Estamos construindo um novo formato com os clientes. Pode vir a ser um bistrô, café ou restaurante, e depende da opinião do público”, informa Tiago Flores.

Chefe é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do espaço

Para manter o grande número de frequentadores, a qualidade e variedade do cardápio são os grandes trunfos do Prato Verde, que já conta com mais de 250 receitas diferentes na lista. E um dos principais responsáveis pela variedade de cores nos pratos dos clientes e pelo sucesso do local é, sem dúvida, o chefe da cozinha Valdemir Mayer Nunes.
Há mais de 17 anos no comando das panelas fumegantes que chegam ao buffet, Nunes começou como auxiliar de cozinha. “Antes de me dedicar à culinária, eu trabalhava com o meu pai na construção civil. Um certo dia fui em busca de um emprego na área da gastronomia, que eu já gostava, e consegui uma oportunidade no Prato Verde”, conta.
Depois, foi questão de se esforçar para assimilar todos os aprendizados adquiridos pela prática e observação dos colegas e ir em busca de qualificação. Nunes concluiu o curso de Alta Gastronomia na Escola de Gastronomia Aires Scavone (Egas) e se tornou o grande mentor e executor das receitas simples, mas cheias de sabor. O prato preferido do cardápio é, com certeza, o estrogonofe de soja, servido na sexta-feira. “Mas eu gosto e faço todos com carinho”, diz o chefe.