Bifão é símbolo de Novo Hamburgo há 60 anos

Por

Há lugares que marcam cidades. Em praticamente todos os municípios, existem parques, pontos comerciais ou atividades quaisquer que, por um motivo ou outro, transformam-se em símbolos característicos da região. Em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, por exemplo, não há quem não conheça o restaurante Bifão, cujo 60º aniversário, comemorado no último mês de novembro, teve direito a homenagens de clientes, associações comerciais e até dos legislativos municipal e estadual.
Talvez o principal responsável pela fama do estabelecimento, o tradicional cardápio de bifes em generosos tamanhos, porém, não apareceu de imediato na história do restaurante. Fundado pelo casal Manoel e Jures Corrêa da Silva em 1953, o então Restaurante São Jacó – referência ao nome da rua do Centro de Novo Hamburgo, onde se localiza até hoje -  dedicava-se ao sistema de pratos do dia.
Foi só na década de 1960 que, percebendo o maior interesse dos clientes pelos dias em que havia bifes, surgiu o atual sistema do Bifão, no qual o cliente escolhe o tipo de carne e molho de sua preferência, acompanhado de ovos, fritas e outras porções à parte. “Na época, como o bife era muito grande, foi apelidado de orelha de elefante”, conta o diretor do Bifão e sobrinho de Manoel, Renato Corrêa da Silva, que, desde 1972, comanda o estabelecimento ao lado da esposa, Loiva, atualmente gerente de produção.
Com a mudança, o Bifão se consolidou. Do início com apenas nove mesas, que dividiam espaço com a casa da família, o salão conta com 96 mesas para pouco mais de 200 lugares. Além disso, das apenas cinco opções  – na chapa, acebolado, à milanesa, refogado e à dorê – hoje, é possível escolher entre mais de uma centena de combinações. “Temos opções light, com frango, mas vendem muito menos. As pessoas vêm aqui pra comer bife, batata frita, ovo”, constata a diretora de marketing e filha de Renato, Maria Elisa Corrêa da Silva, que também conta ser o bife à parmegiana o mais pedido.
Os tamanhos dos bifes também sofreram alterações. Com o tempo, além do tradicional bifão, surgiram as opções média, junior e mini e também combos para até dez pessoas. Em pesquisa anual realizada pela empresa em parceria com a Feevale, 41% dos clientes afirmam ter conhecido o Bifão por meio de suas famílias, e outros 44% por indicação. “A relação que temos com o cliente é engraçada até, não é só uma empresa, um restaurante, é uma extensão também da família deles, de momentos importantes”, afirma, atribuindo isso à informalidade na relação dos administradores com os consumidores.
Prova disso foi a comemoração dos 60 anos do restaurante, iniciada com um concurso durante 2013, em que um júri escolheu a melhor receita inscrita para entrar no cardápio oficial do restaurante – a de molho alemão, criada por um cliente analista de sistemas, e que está superando as expectativas de vendas. Além das homenagens na Câmara Municipal de Novo Hamburgo e na Assembleia Legislativa, a data também lotou o Bifão tanto no almoço quanto no jantar.

Restaurante foca no mercado de congelados

Entre todas as atividades que marcaram o ano do Bifão, a mais destacada pelos administradores é a conquista da medalha de bronze no Prêmio Qualidade RS, a primeira recebida por um restaurante comercial. Segundo o diretor administrativo do Bifão, César Corrêa da Silva, o prêmio é a consagração de um projeto de qualificação iniciado em 2007, que aumentou o número de funcionários – hoje em 40, e tendo cursos de línguas estrangeiras - e instituiu lideranças por setor, a troca de cardápio a cada dois meses, a criação da Grife Bifão de produtos de cozinha com a logomarca do restaurante, entre outros.
Para os próximos anos, além de continuar qualificando os processos, o ambicioso plano do Bifão é expandir a sua atuação no mercado de molhos congelados, iniciada em 2011 e hoje presente em pontos de venda principalmente do Vale dos Sinos, além de, já para 2014, começar a venda também de bifes congelados. “Hoje, não se encontra comida congelada que seja caseira, e nós vendemos o mesmo molho e bife produzidos aqui no restaurante. Temos o cuidado de manter a essência, manter o que as pessoas gostam”, garante a diretora de marketing, Maria Elisa Corrêa da Silva.