Mil Sons atende a todos os estilos de músicos

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Apenas dois funcionários, algumas guitarras e violões, em uma sala de quatro por cinco metros localizada no Centro de Porto Alegre. Assim começa a história da Mil Sons. “Se um saísse da loja, o outro precisava ficar”, lembra o primeiro vendedor José Carlos Turcatel. Seu companheiro era o proprietário José Câmara. Quase 37 anos depois, o negócio conta 170 empregados, trabalhando em 15 lojas distribuídas em seis estados, atendendo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Pela internet, as vendas alcançam todo o Brasil.
Atualmente no cargo de gerente de compras, Turcatel segue como funcionário da empresa. A ideia inicial dos empreendedores era vender componentes eletrônicos, mas, apenas um mês depois de começar as vendas, a aposta mudou para o comércio de aparelhos musicais. Nos primeiros anos, tinham dificuldades para obter crédito e conseguir fornecedores. Aos poucos, entretanto, foram se estabelecendo em uma área do comércio com poucos concorrentes na Capital. “Em Porto Alegre, formamos um mercado bem definido. Então, começamos a procurar outros pontos para investir”, explica.
Percebendo o movimento de clientes que vinham do Interior somente para comprar um instrumento, optaram por abrir uma loja em Passo Fundo, no Norte do Estado, região responsável pela maior parcela de compradores. “Na época, era muito comum que as pessoas pegassem um ônibus do Interior pra chegar aqui à noite, comprar e voltar para suas cidades. Levavam 24h pra fazer uma compra”, conta Turcatel. O resultado agradou e a rede se espalhou até o Sul, em Pelotas, e Região Metropolitana, em Cachoerinha. 
O crescimento seguiu em direção a Santa Catarina, com um estabelecimento inaugurado em Lages. Uma visita ao Nordeste daria novos rumos aos negócios. Atentos à carência de presença do comércio de instrumentos naquela região do País, os proprietários deram um grande passo ao levar os investimentos até Recife. Posteriormente, devido aos resultados classificados como “excelentes”, a Mil Sons chegaria a Natal e João Pessoa. Também foram abertas filiais em São Paulo e Campinas por questões de logística, ao facilitar o contato com fornecedores.
Hoje, boa parte das vendas é realizada pela internet, o que não diminui os clientes das lojas físicas. Pelo contrário. Segundo Turcatel, a renda do mercado online equivale ao ganho de cerca de dois estabelecimentos. Todo o Brasil é atendido pelo sistema de entregas do site. “O País conhece a Mil Sons. Então, com a internet, estamos buscando mercados em regiões que não estamos presentes fisicamente. Isso, com certeza, está fazendo a diferença. A internet já representa uma fatia bem importante das vendas”, afirma.
Para os próximos anos, a expectativa é de quatro novas filiais em estados que ainda não contam com a presença da Mil Sons. Entre os avaliados, estão o Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros da região Nordeste. A garantia de retorno é a paixão dos brasileiros pela música. Atendendo a profissionais e amadores, vende desde violões até saxofones e violinos. A Mil Sons aposta na qualificação do atendimento e na diversidade dos produtos para seguir crescendo. “É muito trabalho para manter uma empresa no mercado por 37 anos. Além disso, trata-se de uma área em constante crescimento. Todo mundo gostaria de tocar um instrumento musical”, diz Turcatel.

Lojas devem ser extensão das casas

Dentro da Mil Sons, o cliente tem liberdade total para experimentar os produtos. Por isso, não é raro, ao entrar nas lojas, ouvir o som dos mais diversos instrumentos. Ao invés de apenas exibir violões, pianos e guitarras intocáveis, os proprietários querem deixar os compradores testá-los no local. O objetivo é dar segurança para que façam a escolha certa na hora da compra, uma vez que aprender a tocar um aparelho musical é um desejo para muitas pessoas. O local, portanto, não deve ser um espaço de contemplação, mas de aproximação de clientes e seus sonhos.
“Queremos ser uma extensão das suas casas, para que eles se sintam confortáveis e comprem com total segurança aquilo que é um sonho pra eles”, afirma o gerente comercial Kléber Câmara.
Nesse sentido, os vendedores também são instruídos a não abusar de informações teóricas ao apresentar os produtos. Deixando o comprador mais à vontade, a Mil Sons pretende fidelizá-los. Assim, garotos que compram sua primeira guitarra na loja, por exemplo, voltarão mais tarde para adquirir um equipamento profissional, confiam os proprietários. “No ramo de instrumentos musicais, vendemos experiências, não produtos. É nisso que estamos apostando”, completa Câmara.