Tecnologia e negócios movimentam mostra agropecuária em Manoel Viana

Evento visa proporcionar o contato do produtor com o que há de mais moderno em tecnologias para a agropecuária

Por Claudio Medaglia

Público pode conferir equipamentos modernos e eventos técnicos no parque Léo Durlo até domingo
Milhares de pessoas deverão participar, até domingo (8), da XIII Exposição Agropecuária de Manoel Viana. O evento, que ocorre desde quarta-feira no Parque de Exposições Léo Durlo, reúne negócios, máquinas e equipamentos agrícolas, tecnologia, palestras técnicas, seminários e outras atividades voltadas ao setor.
Em uma área de 14 hectares, a mostra apresenta dinâmicas de máquinas e drones, demonstrações de performance de cereais de inverno em um canteiro experimental, bem como do manejo adequado de fungicidas e da adubação de solos.
“Além de moderno maquinário agrícola, os visitantes também encontram silos, pivôs centrais para irrigação, células fotovoltaicas e produtos biológicos para as lavouras e a pecuária. Mas também abrimos espaço para estimular o comércio local. No Pavilhão da Economia Popular, o público encontra diversos produtos, principalmente de agroindústrias familiares”, explica o presidente do Sindicato Rural do município, Sirineu Albanio.
Conforme o dirigente, a feira é um evento de negócios, mas o faturamento não é o foco principal. A ideia é proporcionar o contato do produtor com o que há de mais moderno em tecnologias para a agropecuária. E, a partir disso, os negócios acontecem posteriormente à mostra.
Nesta quinta-feira, um dos temas abordados nos painéis foi a rastreabilidade bovina. O pecuarista Luís Felipe Barros, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, fez um resgate das dificuldades de implantação de um sistema eficiente no País, por conta do custo por animal frente a um mercado que não bonifica produtores pelo uso da tecnologia. Mas ponderou que outras cadeias, como do vinho e de aves, usam com eficiência e conseguem valorizar seus produtos no exterior ao assegurar origem e qualidade dos processos desde a origem.
“Já fizemos essa experiência no País no passado, e não funcionou. Por outro lado, Santa Catarina adotou sistema de rastreio do seu rebanho comercial e, a exemplo da Argentina e do Uruguai, obtém preços melhores nas exportações, principalmente para a Europa”, disse Barros.
Segundo ele, há prós e contras. Mas é preciso pensar sobre o tema. Rebanho rastreado significa oferecer maior confiabilidade ao consumidor e oportunidades de mercado, por exemplo. O assunto vem sendo tratado no âmbito do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Uma proposta de modelo a ser implantado foi apresentada recentemente ao órgão pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), mas o texto ainda está em análise.
Na programação desta sexta-feira, destaque para o painel Legislação dos Defensivos Agrícolas – responsabilidades do produtor. O tema será abordado pelo engenheiro agrônomo Juliano Ritter, fiscal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e irrigação.