Cooperados da Languiru aprovam negociação por ativos a grupo chinês

Definição ocorreu após amplo debate na assembleia geral ordinária realizada nesta quinta-feira, em Teutônia

Por Claudio Medaglia

Proposta de negócio com a ITG Tianjiao foi bastante questionada pelos participantes da reunião
Os associados da Cooperativa Languiru aprovaram no início da tarde desta quinta-feira (30) a sequência das negociações para formação de ratificado pelo presidente da Languiru, Dirceu Bayer, na terça-feira.
No encontro, também foram aprovadas as contas do exercício de 2022. Uma votação secreta chegou a ser sugerida por um pequeno grupo, mas a ideia acabou rechaçada pela maioria. Entretanto, os honorários mensais de todos os membros da diretoria foram redefinidos com redução de 50% sobre os valores atuais. A medida é uma forma de auxiliar a controlar as finanças da cooperativa até a situação melhorar e foi acolhida com naturalidade. 
Em ano de extrema dificuldade, o resultado líquido do período foi negativo, apesar do faturamento bruto de R$ 2,765 bilhões, com crescimento de 21,8%. Na participação dos segmentos, o setor de aves correspondeu a 30,08%, leite 20,45% e suínos 19,44%. Supermercados, rações, lojas Agrocenter, postos de combustível, bovinos de corte e farmácias corresponderam aos 30% restantes. O desempenho por segmento também foi detalhado e, a pedido dos associados, as demonstrações financeiras de todas as filiais foram apresentadas.
Sobre investimentos, foram contabilizados R$ 82,5 milhões, aportados principalmente na infraestrutura das unidades industriais, com maquinário, construções e manutenção.
“O custo financeiro, com elevação das taxas de juros, impacta muito na Languiru e, em 2022, registrou acréscimo de R$ 79 milhões. Ou seja, a Cooperativa precisou desse valor extra para que pudesse manter ativas as suas atividades, o ciclo produtivo. Foi necessária a captação de recursos para capital de giro, e o custo do dinheiro foi muito elevado”, explicou o superintendente Administrativo, Comercial e Financeiro, Rafael Lagemann, citando ainda dificuldades em virtude do alto custo de produção, especialmente do milho e da soja. “O impacto disso representa outros R$ 40 milhões no nosso custo. São apenas dois dos fatores de mercado que prejudicam diretamente os nossos negócios.”
O superintendente Industrial e de Fomento Agropecuário, Anderson Xavier, falou sobre a atuação da cooperativa no mercado externo, que representou R$ 85,4 milhões em exportações no último ano. Estamos buscando novas habilitações para ampliarmos as exportações. Para a China, por exemplo, almejamos habilitação desde 2009. Em 2022, o volume de negócios com o mercado externo no setor de aves representou cerca de 15%; e de suínos aproximadamente 5% do volume”, finalizou.