Rasip projeta colher 67 mil toneladas de maçã na safra de 2023

Expectativa é de aumentar a produção em 30% em relação ao ano passado

Por Claudio Medaglia

Empresa pretende exportar 13mil toneladas da fruta nesta safra e quer ampliar embarques para 30% da produção
A Rasip, empresa que integra a RAR, de Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, pretende aumentar em quase 30% a colheita de maçãs nesta safra em relação à do ano passado. A projeção é de atingir 67 mil toneladas da fruta neste período. Apesar das condições climáticas adversas, com a geada tardia em novembro de 2022 e a forte seca que atinge o Rio Grande do Sul, a expectativa é de obtenção de frutos com peso médio de 120 gramas para a variedade Gala e 140 gramas para Fuji, acima dos pesos verificados na colheita anterior.
A empresa está entre as maiores produtoras de maçãs do Brasil. Das cerca de 800 mil toneladas produzidas no País, quase a metade é colhida na Região Sul. O número, porém, está longe do potencial de 1,2 milhão de toneladas, diz o CEO da RAR, Sergio Barbosa. Nesta safra, ele acredita que o volume nacional deve crescer mais de 10%, por conta do que classificou como um “inverno bom e uma geada tardia, o que deve proporcionar frutas doces e de bom tamanho”.
Com 60% de seus 1,25 mil hectares de pomares cobertos e novas variedades, a Rasip alcança produtividade entre 55 e 60 mil quilos de maçãs por hectare, o dobro da média nacional. E em menos de 10 anos a intenção é completar a cobertura em 100% da área de pomares.
Barbosa estima que a exportação deste ano deve atingir a marca de 20% da produção, mas destaca que a meta da empresa é embarcar 30% das safras.
“Em Vacaria são produzidos mais de 80% de toda maçã em solo gaúcho, e a Rasip foi a primeira empresa a exportar a fruta. Devemos vender cerca de 13 mil toneladas para o Exterior, para países como Bangladesh, Irlanda, Inglaterra, Colômbia, entre outros. Somos um dos principais players de exportação deste fruto no Brasil e estamos atentos a alternativas para capilarizar cada vez mais a oferta e venda de maçãs no mundo”, explica Barbosa.
Para isso, a empresa prospecta novos canais comerciais, com a Colômbia, por exemplo. A concorrência com o Chile por mercados é acirrada, e a busca por competitividade, permanente.
“Fatores como preço, frete, pandemia e guerra na Ucrânia pesam no contexto comercial. O custo do aluguel de containeres para transporte, por exemplo, passaram de US$ 3 mil para US$ 12 mil no ano passado. Agora estão na faixa dos US$ 4 mil. Faz muita diferença. A Rússia é um bom mercado, mas o momento é difícil. Podemos voltar a exportar para lá quando a situação se resolver na região”, analisa o CEO da Rasil.
O diretor de Fruticultura da Rasip, Celso Zancan, diz que a empresa deverá aumentar todos os números em relação a 2022. “Tivemos situações meteorológicas um pouco desfavoráveis, mas, graças ao estudo e planejamento dos nossos profissionais, teremos uma colheita de maçãs lisas e com uma boa coloração”, projeta Zancan.
A Randon Agro Silvo Pastoril plantou seus primeiros 70 hectares de pomares de maçãs no Rio Grande do Sul na década de 1970, em Vacaria. Ao longo do tempo, agregou a atividade leiteira, para produção de queijos tipo Grana e também investe na viticultura, além do cultivo de milho, trigo e soja. Cerca de 55% dos negócios do Grupo Randon no RS estão no agronegócio.
As 1,35 mil vacas em lactação produzem 45 mil litros de leite ao dia. Mas a meta é ampliar o plantel para até 7 mil ventres até o final de 2024. Assim, com uma produção de 70 mil litros de leite, seria possível preparar 120 formas de queijo diariamente com a marca RAR, do fundador Raul Anselmo Randon. A RAR tem, em seu portfólio, linha de importados com queijos e acetos italianos, presuntos e salames italianos e espanhóis, e azeites de oliva chilenos. A linha de derivados é composta por creme de leite fresco, manteiga e queijo parmesão. A empresa, com sede em Vacaria (RS), ainda conta com linha de 19 rótulos entre vinhos e espumantes, em parceria com a Miolo, e azeite de oliva, a partir de produção própria.