Brasil reforça protocolos para barrar entrada da influenza aviária

Enfermidade foi registrada em aves de cinco países da América do Sul e despertou alerta no setor

Por JC

Temperaturas elevadas afetam o rendimento e estressam as aves
A identificação de focos de influenza aviária no Equador, no Peru, no Chile, na Venezuela e na Colômbia levou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a adotarem medidas para fortalecer a sanidade dos plantéis de aves pelo País. O órgão e a entidade divulgaram nesta quinta-feira (8) novos protocolos para o setor, que incluem desde a suspensão de todas as visitas a granjas, frigoríficos e demais estabelecimentos da avicultura até a testagem de amostras coletadas de aves de subsistência criadas em locais próximos a sítios de aves migratórias para monitorar a circulação viral.
A partir das orientações, apenas quem trabalha direta e exclusivamente em cada unidade produtiva deve ter o acesso autorizado aos locais. A recomendação vale, independente do cumprimento de "vazios sanitários" – medidas anteriormente adotadas, em que o profissional proveniente de outros países cumpria um período de quarentena para atestar ausência de qualquer contaminação.
“A primeira linha de defesa contra a influenza aviária é a detecção precoce e a notificação oportuna de suspeita da doença para permitir uma resposta rápida, a fim de evitar a disseminação da doença”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Marcos de Moraes.
A ABPA mantém campanha massiva de prevenção e tem recomendado aos avicultores uma série de cuidados. Entre eles estão a higienização das mãos e troca de roupas e sapatos antes de acessar as granjas, no caso dos profissionais com acesso autorizado, a desinfecção de todos os veículos que acessem as propriedades, a higienização de todas as roupas e sapatos em caso de retorno de viagem ao exterior, além de vazio sanitário no retorno ao trabalho, além de evitar o contato de animais da granja com outras aves, especialmente silvestres.
De acordo com o presidente da entidade, Ricardo Santin, todo o setor produtivo brasileiro foi convocado à intensificação das medidas, para preservar o status sanitário do Brasil.
"O Brasil nunca registrou Influenza Aviária no território. Queremos reforçar a estratégia setorial para evitar que o problema adentre as produções industriais do País”, diz.
Santin ressalta que os casos registrados na América do Sul ocorreram no litoral, em aves aquáticas locais e migratórias. E que há aspectos geográficos que também protegem o setor desta enfermidade que afeta apenas os animais.
“Mesmo assim, estamos em alerta total para manter o Brasil na posição de maior exportador mundial e segundo maior produtor de carne de frango, além de expressivo produtor de ovos. É uma questão setorial, mas também de interesse da sociedade, já que são duas das proteínas mais consumidas pela população brasileira", ressalta Santin.
O dirigente diz que não há expectativa que as notificações de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, em aves silvestres ou outras que não sejam de produção, e de Baixa Patogenicidade, em aves domésticas ou de cativeiro, afetem o status sanitário nem gerem fechamento de mercado do País, em acordo com o regulamento da Organização Mundial de Saúde Animal.