'Momento é muito ruim' para falar em privatizar Petrobras, diz presidente do Senado

Pacheco acrescentou que "a Petrobras é um ativo nacional e uma empresa bem-sucedida que precisa ser valorizada"

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Rodrigo Pacheco assegurou que cumprirá procedimento nesta semana
Após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ter dado o primeiro passo para iniciar estudos pela privatização da Petrobras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis.
Segundo Pacheco, "entre o estudo e a realidade para se concretizar isso há uma distância muito longa, e da qual o Congresso não se apartará. Até porque depende fundamentalmente do Congresso".
Apesar de considerar importantes os estudos propostos por Sachsida, Pacheco avaliou que não é o momento para se debater a saída da União do controle da Petrobras. "Não considero que esteja no radar ou na mesa de negociação a privatização da empresa, porque o momento é muito ruim para isso. Temos dificuldades de valorização de ativos. (A decisão) Vai demandar muito diálogo e participação da sociedade."
O presidente do Senado acrescentou que "a Petrobras é um ativo nacional e uma empresa bem-sucedida que precisa ser valorizada. Mas é adequado pensar que ela deva contribuir para a solução do aumento dos combustíveis, e isso se faz por meio de proposições legislativas e pela própria compreensão de sua nova diretoria".
Pacheco chamou a atenção para o lucro de R$ 44,5 bilhões da estatal no primeiro trimestre, que classificou de "estratosférico e desproporcional" em relação ao de outras companhias de petróleo. O presidente do Senado reforçou que a Petrobras precisa sentar-se à mesa com a União e os Estados para buscar uma solução para a crise dos combustíveis.
Em reunião ontem com os secretários estaduais de Fazenda, ele defendeu a criação de uma conta de equalização com os dividendos pagos pela Petrobras à União. "Os dividendos devem ser revertidos para a sociedade. Não é nada de confisco, não é um fundo constitucional, é uma conta de equalização para reduzir o custo para a sociedade, especialmente para aqueles que dependem do combustível para a sobrevivência, como caminhoneiros e motoristas de aplicativo."
Agência Estado