Eduardo Leite renuncia ao governo do RS

Governador gaúcho pretende disputar a presidência da República

Por Marcus Meneghetti

Comunicado foi feito em uma coletiva de imprensa, no Palácio Piratini
O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (28) que vai renunciar ao cargo à frente do Palácio Piratini, para ficar livre a uma possível candidatura à presidência da República. Conforme Leite, a renúncia deve ser oficializada na próxima quinta-feira (31), quando o vice-governador Delegado Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) assume o comando do Executivo gaúcho. Além disso, Leite também garantiu que deve permanecer no PSDB.
O comunicado foi feito em uma coletiva de imprensa, no Palácio Piratini. Antes de Leite se pronunciar em um púlpito cercado por correligionários e membros do governo, foi exibido um vídeo, no qual ele explicou que se desincompatibiliza do cargo por uma exigência da legislação eleitoral.
A lei determina que os detentores de mandato no Executivo só podem concorrer à reeleição sem renunciar ao mandato. Caso desejem concorrer a outro cargo no Executivo, é necessário renunciar ao atual posto. Ou seja, para concorrer à presidência da República, Leite precisa renunciar ao Piratini.
Ao falar com os jornalistas, Leite não descartou nem uma candidatura ao Planalto pelo PSDB, nem a busca pela reeleição ao governo do Estado. “A renúncia me abre muitas possibilidades e não retira nenhuma”, disse Leite.
No final de 2021, o governador de São Paulo, João Doria, derrotou Leite nas prévias tucanas que escolheram o pré-candidato do partido à presidência da República. Perguntado se respeitaria o resultado das prévias, Eduardo Leite relatou ainda que conversou com João Doria antes da coletiva de imprensa no Piratini.
“Telefonei para Doria. Tivermos uma conversa amistosa, como sempre. Temos o mesmo sentimento de compromisso com o Brasil. Respeito as prévias. Mas não é sobre as prévias, sobre projetos pessoais, é sobre o Brasil”, comentou.
O governador gaúcho citou uma declaração de Doria em um evento de 22 de fevereiro. Conforme Eduardo Leite, o governador de São Paulo teria dito que vai estar ao lado de quem tiver mais possibilidade de superar a dicotomia entre (Luiz Inácio) Lula (da Silva, PT) e (o presidente Jair) Bolsonaro (PL).
Neste domingo, João Doria classificou de “golpe” o movimento de parte do PSDB, que busca reverter a candidatura do governador de São Paulo ao Planalto.
Entre as lideranças tucanas que acompanharam a coletiva, estavam o líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Mateus Wesp; o chefe da Casa Civil, Artur Lemos; a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas; e o presidente estadual da sigla, deputado federal Lucas Redecker. Os pais do governador também acompanharam o anúncio, junto com os jornalistas que acompanhavam o evento.