Manifestantes voltam às ruas em ato contra o presidente Bolsonaro

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Grupo se reuniu em Porto Alegre, sábado, para pedir o impeachment
Liderados por entidades estudantis, movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais, manifestantes voltaram às ruas de Porto Alegre no sábado para protestar contra o governo Jair Bolsonaro e defender o impeachment do presidente. 
A concentração começou às 15h e, pouco a pouco, o público foi lotando o trecho da avenida Borges de Medeiros entre a avenida Salgado Filho e a rua Siqueira Campos, espalhando-se também para o Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público. Por volta das 16h30min, teve início a marcha em direção à avenida Júlio de Castilhos.
De máscaras e mantendo distanciamento, os manifestantes seguiram o caminhão de som no trajeto em direção ao Viaduto da Conceição, passando pela rua Sarmento Leite até chegar ao Largo Zumbi dos Palmares, ponto final do ato, por volta das 18h.
Manifestações semelhantes ocorreram em diversas cidades do interior gaúcho, como Pelotas, Santa Maria e Caxias do Sul, além de outras localidades pelo País e capitais, com destaque para São Paulo. Segundo a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, ao todo houve 314 manifestações em 304 municípios brasileiros e em 18 países.
Em Porto Alegre, um cortejo de artistas chamou atenção em meio ao ato, carregando a bandeira do Brasil, manchada de vermelho cor de sangue, lembrando os quase 600 mil mortos pela Covid-19.
A alta da inflação no País e denúncias contra o governo Bolsonaro em meio à CPI da Covid-19 por conta da gestão da saúde pública na pandemia também estiveram em pauta em falas, faixas e cartazes, assim como direitos humanos, povos originários e a defesa do meio ambiente.

Ciro minimiza ataques em protesto e pede trégua entre a oposição

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) minimizou os ataques que sofreu após discursar na Avenida Paulista, no sábado, no ato que pedia o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele era o único já declarado pré-candidato ao pleito de 2022 presente no evento em São Paulo, articulado por nove partidos.
"Não vamos dar importância ao que aconteceu ontem (sábado). Nosso inimigo é o Bolsonaro. Precisamos proteger nossa democracia. Nós vamos precisar de todo mundo", afirmou em coletiva de imprensa ontem. 
Ciro propôs à militância que não dê relevância ao que "não tem centralidade". "As diferenças com o PT serão cada vez mais profundas e insuperáveis, mas proponho à militância (do PDT) uma ampla trégua", disse.
Ele comparou a situação do sábado com a participação no protesto promovido pelo Movimento Brasil Livre (MBL), no dia 12 de setembro: "Precisamos da mobilização de todos. Foi com esse espírito que aceitei o convite do MBL. Não superamos nossas diferenças e não fomos tomar cerveja depois do ato."
Depois da participação no ato, o carro em que estavam Gomes e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi atingido por garrafas e pedaços de pau. Segundo Lupi, os autores do ataque eram militantes com camisas do Partido dos Trabalhadores (PT).