Projetos do governo devem ser votados nesta terça-feira pelos deputados gaúchos

Veto parcial, reforma da Previdência militar e outras matérias que trancam a pauta devem ser apreciados

Por Marcus Meneghetti

Presidente Gabriel Souza deve conduzir sessão plenária virtual
Embora haja 19 matérias aptas para irem ao plenário da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais devem apreciar na sessão virtual desta terça-feira (9) o veto parcial do governador Eduardo Leite (PSDB) ao projeto que institui o Código de Boas Práticas Tributárias do Estado e outras cinco propostas do Executivo que passaram a trancar a pauta do Legislativo, por ter expirado o prazo de tramitação em regime de urgência. Entre essas matérias, estão a Reforma da Previdência dos servidores públicos militares e a que atualiza a autorização para o Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Os líderes das bancadas devem definir quais matérias vão à votação nesta manhã (9), quando se reúnem virtualmente as lideranças dos partidos.
Alguns projetos são polêmicos, como a inclusão dos militares gaúchos - policiais da Brigada Militar, bombeiros, etc - na Reforma da Previdência aprovada no Rio Grande do Sul no final de 2019. Trata-se da mesma proposta apresentada em 2010, depois que, em dezembro de 2019, foi aprovada a Reforma da Previdência estadual para os servidores civis.
Essa reforma criou oito faixas de contribuição para a Previdência dos funcionários públicos civis: quem recebe até um salário-mínimo, passou a contribuir com 7,5%; entre um salário-mínimo e R$ 2 mil, com 9%; de R$ 2.000,01 até R$ 3 mil, 12%; de R$ 3.000,01 até o teto do INSS, 14%; do teto a R$ 10 mil, 14,5%; de R$ 10.000,01 a 20 mil, 16,5%; R$ 20.000,01 a R$ 39 mil, 19%; e acima de R$ 39 mil, 22%.
A reforma da previdência dos militares previa os mesmos percentuais, mas não foi aprovada, porque aliados alegaram que a matéria poderia ser inconstitucional, por estar em desacordo com a Reforma da Previdência federal - que preservou os militares das alterações.
Na justificativa do projeto, o Palácio Piratini reconhece que "reapresenta o teor do PLC 05 de 2020 (o qual não fora votado) sob a forma de um novo projeto de lei, já com a tabela de vencimentos atualizada para refletir as faixas atualizadas do salário mínimo e do INSS desde então, de tal forma que fique alinhada com as que estão vigorando para os servidores civis a partir desse exercício".
Já o projeto relacionado ao RRF atualiza os critérios para adesão ao regime. Os deputados estaduais aprovaram a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal ainda em 2018. Entretanto, os termos da ajuda federal mudaram em dezembro de 2020, devido a um projeto aprovado no Congresso Nacional.

Porto Alegre e outras 100 cidades solicitam calamidade pública

Entre as demais proposições prontas para serem apreciadas na Assembleia Legislativa, está o Projeto de Decreto Legislativo que reconhece a ocorrência do estado de calamidade pública em municípios do Estado, dispensando o atingimento dos resultados fiscais previstos em lei e à limitação de empenho também previsto em lei, "para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia causada pela Covid-19".
Entre os 101 municípios requerendo o estado de calamidade, constam Porto Alegre, Alegrete, Dom Pedrito, Erechim, Igrejinha, Marau, Portão, Santo Antônio da Patrulha, São Borja, Tramandaí e Torres, sendo que as demais solicitações alcançam praticamente todas as regiões do Estado.

Edson Brum assume hoje pasta de Desenvolvimento Econômico

O deputado estadual Edson Brum (MDB) deve assumir a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico nesta terça-feira, às 8h30min, em um cerimônia virtual. O ex-presidente da Emater Clair Kuhn, quinto suplente do MDB, ocupará a cadeira de Brum na Assembleia Legislativa. Ontem, o deputado estadual Elton Weber (PSB) foi empossado como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, que era comandada por Brum há um ano. Beto Fantinel (MDB) será o vice-presidente da frente.