Lista Vermelha revela deterioração do meio ambiente no Rio Grande do Sul

Aumento de risco para flora e fauna demanda leis mais protetivas no Rio Grande do Sul

Por Marcus Meneghetti

Interferência humana nos habitats é principal ameaça às espécies nos biomas Pampa e Mata Atlântica
Embora altere 480 itens do Código Estadual do Meio Ambiente (Cema), o novo código proposto pelo governo Eduardo Leite (PSDB) mantém a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção - a chamada Lista Vermelha - como um "instrumento da Política Estadual do Meio Ambiente". Além de ser um dos principais instrumentos do licenciamento, a lista é um indicador do desempenho da política ambiental no Rio Grande do Sul. Essa listagem indica que a degradação da natureza aumentou no Estado nas últimas décadas - situação que, segundo especialistas, pode se agravar se a nova legislação for aprovada como está.
Até hoje, foram publicadas apenas duas listas no Estado (o que, avaliam os especialistas, já demonstra a negligência com o monitoramento ambiental): uma em 2002 e outra em 2014. Nesse intervalo, os dados mostram que o número de espécies vegetais ameaçadas de extinção subiu 33%, totalizando atualmente 804 espécies com risco de desaparecerem do território gaúcho. Quanto à fauna, os animais ameaçados aumentaram 7,3%, contabilizando 280 espécies que podem deixar de existir.
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Estudo sobre animais e plantas ameaçados está desatualizado

Apesar da importância da lista de espécies ameaçadas de extinção, até hoje, foram publicados apenas dois estudos sobre os animais e plantas que correm o risco de desaparecerem do território gaúcho - um em 2003 e outro em 2014. A última lista deveria ter sido atualizada em 2018, conforme previsto no decreto do então governador Tarso Genro (PT, 2011-2014) que publicou a lista. Conforme a assessoria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) deve debater o tema em dezembro. A pasta fez uma consulta pública pelo site para colher sugestões sobre a realização da lista. Os estudos devem iniciar em 2020.