Candidaturas-laranja deflagraram crise na legenda
O PSL enfrenta uma crise desde que foi atingido por suspeitas de candidaturas de laranjas, que já resultou na queda do ex-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. O escândalo de candidatas femininas de fachada atinge não só o ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, mas também Bivar, presidente nacional da legenda. Álvaro Antônio foi alvo de denúncia pelo Ministério Público Federal na última sexta-feira. Bolsonaro cancelou na tarde desta quarta reunião com Álvaro Antônio sem apresentar justificativa - o encontro constava da agenda do presidente.
Presidente da República pode migrar para UDN ou Patriotas
Ainda não foi definido o futuro partidário do presidente Jair Bolsonaro, que está filiado ao PSL há menos de dois anos. As maiores legendas do país não querem recebê-lo porque veem nele uma tentativa de assumir o comando da agremiação à qual se vincular. A hipótese hoje considerada mais provável por aliados do presidente é a filiação dele à UDN, partido em fase final de criação na Justiça Eleitoral.
Bolsonaro deve se reunir até o início da semana que vem com Marcus Alves de Souza, dirigente nacional da legenda que resgata o nome do partido criado em 1945 como oposição a Getulio Vargas e que foi extinto em 1965, durante a ditadura.
A maior probabilidade é que Bolsonaro migre para uma sigla já existente. Diante disso, Bolsonaro deve ser abrigado em uma legenda pequena. Até o momento, partidos como o Patriota já demonstraram interesse em acolher o presidente.
O presidente da sigla, Adilson Barroso, é favorável a esse movimento, mas encontra dificuldade interna na legenda. "São diversos desgastes e o presidente sempre levantou a bandeira da ética e da transparência. E exigia isso sempre dos dirigentes do partido. Mas foi muito difícil entrar em um acordo quando um partido não está disposto a abrir simplesmente uma votação democrática, seja para alteração de estatuto, seja para eleição de dirigentes. Então, ficou insustentável", disse a advogada do presidente Karina Kufa.
Desde que entrou na política, em 1989, Jair Bolsonaro foi filiado a cinco partidos diferentes. O presidente integrou o PP, o PTB, o PFL, o PSC e por fim, desde 2018, o PSL.