Rejeitada admissibilidade de impeachment do prefeito de Porto Alegre

Pedido com acusações contra prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior, foi negado por 22 votos a 11 em plenário

Por Diego Nuñez

Barboza (d) coloca em dúvida autoria de denúncias e solicita imagens das câmeras; Mônica veta liberação
Por 22 votos contra 11, a Câmara Municipal rejeitou a admissibilidade do impeachment do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). É a quarta vez, desde o início da gestão do tucano, que os vereadores decidem não levar adiante um pedido de afastamento do chefe do Executivo.
Votaram contra admissibilidade do processo os vereadores do DEM, MDB, PP, Pros, PSC, PSD, PSDB, PTB, Rede, REP (Republicanos, antigo PRB) e SD. A favor de analisar a denúncia, votaram Novo, PSOL e PT. Os parlamentares de PDT e PSB se dividiram.
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Oposição lidera articulação para abertura de uma CPI para apurar irregularidades

A oposição e outros vereadores da casa pretendem insistir na investigação de irregularidades apresentadas. Alguns dos principais pontos do pedido de impeachment servirão de base para a abertura de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) contra o prefeito da Capital Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
Segundo o líder da oposição, Roberto Robaina (PSOL), o documento já conta com 14 assinaturas, de 12 necessárias, e será protocolado na Câmara hoje às 9h. O texto focará três pontos: locação do prédio onde fica a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SMDE), possíveis irregularidades no Banco de Talentos e as relações da prefeitura com o empresário Michel Costa.
Robaina acredita que, "independentemente da admissibilidade de um pedido de impeachment, que é uma questão mais política, melhor que isso é uma investigação em que os parlamentares tenham um certo poder judicial, e a CPI tem esse caráter, de poder requisitar documentos, chamar testemunhos".
A CPI é um instrumento constitucional que favorece a minoria. Por isso, precisa apenas da assinatura de um terço do Parlamento para que um inquérito seja aberto. Caso o pedido tenha de fato as 12 assinaturas, a comissão será instalada respeitando a proporcionalidade dos partidos da Casa, e terá até 120 dias, prorrogáveis por mais 60, para apresentar um relatório.
Vice-líder do governo, Moisés Barboza (PSDB) desqualificou uma eventual CPI e classificou a iniciativa de "um teatro eleitoral". "Se tivesse que fazer uma denúncia formal, iria no Ministério Público, na polícia. O Paço Municipal pode ter qualquer outro tipo de defeito, pode fazer crítica, mas quem conhece o vice Gustavo Paim (PP) e Marchezan sabe que os dois jamais compactuariam com ilegalidades".