Haddad diz que conversará com Ciro sobre o 2º turno

PDT pretende fechar um 'apoio crítico' ao candidato petista

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Brazil's presidential candidate for the Workers' Party (PT), Fernando Haddad, delivers a press conference, after visiting his mentor imprisoned Brazilian former president (2003-2011) Luiz Inacio Lula Da Silva in Curitiba, southern Brazil on October 08, 2018. - A deeply polarized Brazil stood at a political crossroads on october 8, 2018 as the bruising first round of the presidential election left voters with a stark choice in the run-off between far-right firebrand Jair Bolsonaro and leftist Fernando Haddad. Bolsonaro won 46 percent of the vote to Haddad's 29 percent, according to official results. (Photo by Heuler Andrey / AFP)
O candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, afirmou ontem, em coletiva concedida após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, que pretende ligar institucionalmente para Ciro Gomes (PDT), a fim de tentar selar um acordo neste segundo turno em que enfrenta o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. "Vi o programa do Ciro, temos muita convergência de ideias com o que precisa ser feito", disse.
"Vou conversar com as forças democráticas do País, representadas por algumas candidaturas como as de Ciro Gomes e Guilherme Boulos (PSOL), mantendo, ainda, contato com governadores do PSB. Tenho interesse que essas forças estejam reunidas em torno desse projeto de restauração e inclusão social, como tratamos no primeiro turno com o PCdoB", emendou.
Sobre os acordos neste segundo turno, o PDT anunciou, ontem, que não apoia Bolsonaro, mas que pretende fechar um "apoio crítico" a Haddad. O próprio Ciro já disse ter algumas ressalvas ao programa petista. Para fazer um aceno ao pedetista, Haddad disse, na entrevista, que tem total tranquilidade em ajustar os parâmetros do programa de sua coligação para que ele seja o mais representativo dessa ampla aliança democrática que pretende fazer. 
Na coletiva, Haddad disse, também, que irá propor uma espécie de "protocolo ético" contra a veiculação de fake news. "Vamos tentar estabelecer um protocolo ético para o tipo de abordagem que vai ser feito na campanha. Uma carta de compromisso contra difamação anônima", disse, reclamando do bombardeio de que foi alvo, sobretudo na reta final do primeiro turno. Ele fez, também, um apelo para que a Justiça Eleitoral julgue com mais celeridade denúncias relacionadas às notícias falsas.
Ontem, executiva nacional do PSOL oficializou seu apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial deste ano.

Após declaração, FHC desmente respaldo a Fernando Haddad

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou a negar ontem apoio a Fernando Hadddad (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).
"As redes divulgam que apoiarei Haddad. Mentira: nem o PT, nem Bolsonaro explicitaram compromisso com o que creio. Por que haveria de me pronunciar sobre candidaturas que ou são contra, ou não se definem sobre temas que prezo para o País e o povo?", escreveu nas redes sociais.
Ele editou declaração que havia dado ao site Poder360. Inicialmente, descartou explicitamente apoio a Bolsonaro e deixou em aberto a possibilidade de endossar Haddad.
"Não tenho a menor condição de apoiar o reacionarismo cultural do Bolsonaro e não sinto vontade de engordar o caudal petista que nos trouxe para o desastre econômico e para a corrupção sistêmica como base de sustentação do poder", disse ao site.
Depois, nas redes, escreveu que "não concorda com o reacionarismo cultural e o descompromisso institucional de uns vitoriosos e tampouco com a corrupção sistêmica e com apoio ao arbítrio na Venezuela e em outros países".