Não é vício, é necessidade

Sócio e Diretor Executivo da Dinamize

Por JC

JONATAS ABBOTT - CRÉDITO CAROLINA BRANCHI
Jonatas Abbott
Somos viciados em tecnologia por não tirar a cara do telefone celular? Não creio. Somos dependentes de tecnologia. Não vivemos sem eletricidade, água encanada e esgoto tratado. E para viver, precisamos desesperadamente nos comunicar. Mais, para viver, precisamos de uma série de tarefas diárias, muitas enfadonhas e que consomem muito tempo.
O extraordinário em relação ao smartphone é poder pagar uma conta debaixo do guarda-sol na beira da praia, responder um e-mail de um importante cliente de dentro do banheiro. Termos cotações, acesso à informação, jogos, filmes, calculadora, previsão do tempo, Messenger, Skype, trânsito em tempo real, redes sociais, livros, fazer e editar fotos e vídeos dentro de um ônibus, durante um evento, no avião, no metrô, na sala de espera do dentista ou mesmo quando falta assunto na mesa do almoço.
Faz parte. Na verdade, não estamos desperdiçando tempo, o estamos ganhando. À medida que, através da pequena tela em nossas mãos, substituímos a ida ao banco, o uso do desktop (notebook?), eliminamos tempo ocioso trabalhando, fazemos compras enquanto esperamos o ônibus chegar em casa, nós estamos ganhando um tempo enorme, fabuloso. É uma revolução de costumes que pode se traduzir em mais tempo livre e mais qualidade de vida.
A era mobile está sendo tão rápida e revolucionária quanto a própria internet foi na transição de um século para o outro. Para indivíduos que vivem em zonas urbanas, é cada vez mais raro um momento "off-line", Estamos disponíveis e on-line. Nossa criatividade não precisa mais esperar a segunda-feira. Nossos clientes também não. E temos fornecedores 24 horas, muitos entregando em outras 24.
Mas acima de tudo o que escrevi até aqui, temos nosso oráculo na palma da mão. Não há mais papo de bar, no menor exagero a gente saca o smartphone. Na menor dúvida ante as inquietações e dúvidas dos filhos, temos respostas instantâneas sobre tudo e sobre todo o conhecimento humano. E ao vestir a tecnologia nas roupas, relógios, pulseiras, automóveis e tênis somos autossuficientes, autolocalizáveis e autodidatas. Ou talvez essa arrogância nos sabote.
Como de resto em toda a tecnologia desenvolvida pelos seres humanos, o uso que você faz dela te define.
É claro que sempre podem aparecer frutas caindo na tela para demolir com o título do meu artigo.