Viktor Orbán usa Guerra da Ucrânia para manter 'superpoderes' na Hungria

Decreto concede a Orbán mais margem de manobra que de costume restringir ou suspender os direitos civis fundamentais

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Hungarian Prime Minister Viktor Orban gestures as he presents the members of the new Hungarian government prior to an oath-taking ceremony at the Hungarian Parliament building in Budapest on May 24, 2022. - On April 3, 2022, Hungarian Prime Minister Orban's right-wing Fidesz party won its fourth consecutive two-thirds majority since 2010. (Photo by Attila KISBENEDEK / AFP)
O premiê ultradireitista da Hungria, Viktor Orbán, anunciou nesta terça (24) a renovação de um estado de emergência nacional que, na prática, confere a ele amplos poderes, como governar por decreto e suspender leis vigentes.
O político, reeleito em abril, atribuiu a necessidade da medida à Guerra da Ucrânia. "O mundo está à beira de uma crise econômica, e a Hungria precisa proteger a segurança financeira das famílias", justificou. Na prática, ele deve manter os poderes extras que adquiriu quando situação semelhante foi imposta em meio à pandemia de Covid-19.
Pouco antes do anúncio, feito por Orbán em uma rede social, o Parlamento húngaro, que é dominado pelo governista Fidesz, aprovou uma emenda constitucional para permitir que o estado de emergência seja válido em situações de conflito, como a guerra.
A ONG União Húngara para Liberdades Civis, em comunicado, disse que a medida coloca em vigor um "estado de emergência permanente". "O decreto concede a Orbán mais margem de manobra que de costume restringir ou suspender os direitos civis fundamentais", afirmou a organização.