Número de ataques provocados por atiradores nos EUA dobra em três anos

Relatório do FBI não oferece interpretações para os dados, não traz a classificação racial das vítimas nem indica quais as motivações que levaram à ocorrência dos incidentes

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BUFFALO, NEW YORK - MAY 16: Police and FBI agents continue their investigation of the shooting at Tops Market on May 16, 2022 in Buffalo, New York. A gunman opened fire at the store yesterday killing ten people and wounding another three. The attack was believed to be motivated by racial hatred. Scott Olson/Getty Images/AFP (Photo by SCOTT OLSON/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/ Getty Images via AFP)
Relatório divulgado nesta semana pelo FBI, a polícia federal norte-americana, mostra que o número de incidentes provocados por atiradores dobrou nos Estados Unidos nos últimos três anos. O documento registra que, em 2018, foram contabilizadas 30 ações perpetradas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número chegou a 61.
A velocidade de crescimento dos episódios também subiu. Em 2019, a cifra se manteve estável em relação ao ano anterior, em 30 casos - em 2017, foram 31 -, mas subiu para 40 em 2020, aumento de 33%. Na sequência, houve um salto de 52,5% nos registros em 2021, de acordo com o relatório do FBI.
Além do número geral, outros dados indicam piora. Em 2020, os 40 incidentes ocorreram em 19 estados norte-americanos. Já as 61 ações de 2021 se espalharam em 30 regiões dos EUA. A cifra de mortos e feridos também cresceu: de 38 mortes e 126 ferimentos há dois anos para 103 e 140 no ano passado.
Para enquadrar os episódios presentes no relatório como incidentes provocados por atiradores, o FBI só considerou os casos nos quais os tiroteios ocorreram em locais públicos e em mais de um lugar. Os episódios, que resultaram em mortes em massa, também não poderiam ter conexão com outros crimes.
Outros aspectos levados em conta foram a aparente motivação espontânea do agressor, a metodologia para escolher as vítimas e se os alvos eram pessoas. Assim, foram excluídos os casos de autodefesa, os ligados à violência gerada por gangues ou disputa por drogas ou os oriundos de problemas domésticos.
Segundo o levantamento,
O relatório do FBI não oferece interpretações para os dados, não traz a classificação racial das vítimas nem indica quais as motivações que levaram à ocorrência dos incidentes.