Navio russo afundou após ser atingido por 2 mísseis ucranianos, diz fonte do Pentágono

A Rússia não reconhece oficialmente que o Moskva afundou por consequência de um ataque ucraniano

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(FILES) In this file photo taken on December 17, 2015 the Russian missile cruiser Moskva patrols in the Mediterranean Sea, off the coast of Syria, on December 17, 2015. - Russia's Black Sea flagship involved in the naval assault on Ukraine has been "seriously damaged" by an explosion, state media reported April 14, 2022, as Moscow threatened to strike Kyiv's command centres. "As a result of a fire, ammunition detonated on the Moskva missile cruiser. The ship was seriously damaged," the Russian defence ministry was quoted as saying, adding that the cause of the fire was being determined and that the crew had been evacuated. (Photo by Max DELANY / AFP)
O cruzador russo Moskva foi atingido por dois mísseis ucranianos antes de afundar no Mar Negro, declarou nesta sexta-feira (15) um funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que classificou o ocorrido como um "duro golpe" para a Rússia.
"Estimamos que [o navio] foi atingido por dois [mísseis] Neptunes", disse aos jornalistas o funcionário do Pentágono, que pediu anonimato. Com essa declaração, a fonte desmente a versão de Moscou, que garante que a embarcação sofreu "danos graves" por causa de um incêndio e depois naufragou.
Contudo, o funcionário americano não confirmou a versão de que o exército ucraniano teria distraído a defesa do Moskva com um drone em uma das laterais do barco, enquanto os mísseis de cruzeiro antinavio Neptune o atingiam pelo outro lado. "Acreditamos que houve vítimas, mas é difícil saber quantas", disse, ao acrescentar que os Estados Unidos têm conhecimento de que os sobreviventes foram resgatados por outros barcos russos na região.
A Rússia, que não reconhece oficialmente que o Moskva afundou por consequência de um ataque ucraniano, anunciou que a tripulação havia sido retirada. "Simbolicamente, é um duro golpe", acrescentou a fonte. Porém, sobretudo, a perda do Moskva, um dos três cruzadores da classe Slava que pertencem à Rússia, "cria um vazio nas capacidades militares" no sul da Ucrânia, onde o presidente Vladimir Putin decidiu concentrar, a partir de agora, suas operações e próxima ofensiva.
Em virtude da Convenção de Montreux, "a Turquia não autoriza as embarcações de guerra a entrar no Mar Negro, e [os russos] não poderão substituí-lo por outro navio da classe Slava", explicou.
Ancara controla o acesso ao Mar Negro por meio do Tratado de Montreux, firmado em 1936, que garante a livre circulação nos estreitos de Bósforo e Dardanelos, mas permite o bloqueio de navios militares nessa região em caso de guerra, a não ser que as embarcações tenham que retornar para suas bases.
O afundamento do Moskva poderia levar a marinha russa a ser mais prudente na guerra na Ucrânia, opinou o funcionário do Pentágono.