Guerra na Ucrânia faz 6 semanas com nova fase e Europa em crise

Rússia concentra forças no Donbass, mirando domínio da ponte terrestre até a Crimeia

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Russos atacam depósito de combustível que abastecia ucranianos
A guerra na Ucrânia entrou na sua sétima semana nesta quinta-feira (7) com uma nova fase militar em pleno andamento e a crescente dificuldade da Europa em manter na prática o discurso de apoio a Kiev contra a invasão russa de seu território. As forças de Vladimir Putin atacaram, durante a madrugada, cinco grandes depósitos de combustível nas regiões de Kharkiv, Nikolaev e Donbass que abasteciam o esforço de guerra dos ucranianos no leste do país. Na véspera, ocorrera o mesmo em Dnipro.
Esta é a senha para o novo foco da guerra, anunciado pela Rússia na semana passada e confirmado na quarta (6) pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que pediu a retirada dos moradores da parte sob seu controle das duas províncias do Donbass, Lugansk e Donetsk. Situadas no leste do país e russófonas, elas estão no centro da justificativa oficial de Putin pela mais sangrenta guerra ocorrida na Europa desde 1945: após reconhecer as áreas tomadas por rebeldes pró-Kremlin em 2014 como países, o russo prometeu protegê-las militarmente.
Com o desmoronamento da campanha russa no nordeste da Ucrânia, fracassando em cercar Kiev por mau planejamento, insuficiência de forças e por ter subestimado a resistência, o Kremlin afirmou que faria uma "redução drástica" das operações por lá, alegando que isso favoreceria negociações de paz.
Kiev e o Ocidente disseram que era mentira, mas o fato é que não há mais forças ofensivas significativas em toda a área,

 

Críticas a pouca eficácia das sanções ocidentais são unânimes

Também é unânime a crítica às sanções ocidentais, que até aqui não se refletiram em redução do esforço de guerra do Kremlin - Putin auferiu um recorde de popularidade desde o começo da invasão,de 83% segundo o independente Centro Levada.
As sanções também entraram em nova etapa na quarta-feira, com o anúncio de uma
A questão é que o aumento nos preços de energia na crise já está afetando as perspectivas de inflação no continente, e isso tem impacto político relevante. Além disso, aliados históricos de Putin, o premiê Viktor Orbán (Hungria) e o presidente Aleksandr Vucic (Sérvia), venceram eleições importantes na semana passada.
Mas os olhos estão na França, onde a extrema-direita de Marine Le Pen está se aproximando do presidente Emmanuel Macron. O primeiro turno da disputa ocorre neste domingo (10). Le Pen é uma aliada discreta de Putin, e Macron tem misturado críticas duras a Moscou a tentativas frustradas de mediar negociação. Com o combustível em alta devido à guerra, corre riscos antes vistos como improváveis.