Líderes do Leste Europeu viajam a Kiev em apoio a Zelenski

A visita foi mantida sob absoluto segredo e anunciada apenas depois que o trem que transportava os três para Kiev cruzou para a Ucrânia

Por Agência Estado

Ukrainian President Volodymyr Zelensky, Polish Prime Minister Mateusz Morawiecki and Deputy Prime Minister Jaroslaw Kaczynski, Czech Prime Minister Petr Fiala and Slovenian Prime Minister Janez Jansa hold a joint briefing following their meeting in Kyiv on March 15, 2022. (Photo by Handout / UKRAINE PRESIDENCY / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / Ukraine Presidency / handout" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS
Líderes de três países europeus se reuniram ontem com o presidente Volodmir Zelenski, em uma demonstração de apoio à resistência da Ucrânia, após chegarem de trem a Kiev, em meio aos intensos bombardeios russos à capital ucraniana.
"Estão bombardeando por todas as partes. Não apenas Kiev, mas também as zonas ocidentais", disse Zelenski aos primeiros-ministros da República Checa, Petr Fiala, da Polônia, Mateusz Morawiecki, segundo um vídeo publicado em sua conta no Instagram. A Polônia pediu uma "missão de paz" da Otan, protegida pelas forças armadas.
Pelo Facebook, o premiê polonês disse que o objetivo da viagem era "parar a tragédia que está acontecendo no Leste Europeu o quanto antes". "É por isso que, juntamente com o vice-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski e os primeiros-ministros Petr Fiala e Janes Janza, estamos em Kiev", escreveu.
A visita foi mantida sob absoluto segredo e anunciada apenas depois que o trem que transportava os três para Kiev cruzou para a Ucrânia na manhã da terça-feira (15). O líder polonês chamou a viagem de "uma missão histórica". "É nosso dever estar onde a história é forjada. Porque não é sobre nós, mas sobre o futuro de nossos filhos, que merecem viver em um mundo livre de tirania", disse Morawiecki.
Apoio
"O objetivo da visita é confirmar o apoio inequívoco de toda a União Europeia à soberania e independência da Ucrânia", disse Fiala, acrescentando que os três líderes apresentariam um amplo pacote de apoio à Ucrânia.
Eles são os primeiros líderes que visitam a capital ucraniana desde que a Rússia invadiu o país. As três nações integravam a Cortina de Ferro, zona de influência da antiga União Soviética, mas agora fazem parte da UE e da Otan.
A Polônia vem pedindo uma resposta mais forte da UE à invasão russa desde o início da operação militar, até mesmo oferecendo a adesão da Ucrânia ao bloco - o que Zelenski descartou ontem.
A guerra na Ucrânia colocou a Polônia em uma posição crítica, com o país absorvendo um número crescente de militares americanos e se tornando um ponto de trânsito de armas e ajuda humanitária para a Ucrânia. O país também está hospedando mais refugiados do que qualquer outro - pelo menos 1,5 milhão - e muitos estão abrigados nas casas de famílias polonesas.
A visita de ontem coincide com a retomada das negociações entre a Rússia e a Ucrânia, interrompidas na segunda-feira (14). "As negociações estão em andamento", afirmou Mykhailo Podoliyak, negociador-chefe da delegação ucraniana, no Twitter. Entre os temas abordados estão "um cessar-fogo e a retirada das tropas russas", acrescentou. As conversas ocorrem por videoconferência após três rodadas presenciais em Belarus e uma reunião na Turquia, entre os ministros das Relações Exteriores dr Rússia e Ucrânia.
Sanções
Com o agravamento da situação na Ucrânia, os EUA anunciaram novas sanções econômicas contra o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, e sua esposa, bem como indivíduos e uma entidade russa, por corrupção e violações de direitos humanos.
O Reino Unido também informou ontem uma nova rodada de sanções contra a Rússia que mira oligarcas com patrimônio líquido de mais de 100 bilhões de libras (cerca de US$ 131 bilhões), incluindo Mikhail Fridman, Petr Aven e German Khan.
Pela primeira vez, a Rússia fez um anúncio de sanções, incluindo uma direta ao presidente americano, Joe Biden, ao secretário de Estado Antony Blinken, ao secretário de Defesa, Lloyd Austin, e até á secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.