Se é para de fato usar todo o poder de fogo à disposição, obliterando Kiev como os nazistas fizeram em 1941, ou para tentar forçar a rendição do governo, essa é a dúvida. O presidente do país, Volodimir Zelenski, voltou a dizer que vai resistir e que espera um ataque brutal nas próximas horas ou dias.
O Pentágono disse a repórteres americanos que a grande coluna blindada que vem da Belarus em direção a Kiev segue parada, mas a essa altura isso parece mais um sinal de preparação do que de problemas logísticos com combustível. O Ministério da Defesa russo disse que as linhas nas suas quatro frentes estavam regularizadas.
O que a pasta não respondeu, nem o Kremlin, foi acerca das óbvias baixas russas. Zelenski fala em 6.000 mortos, o que é impossível de aferir, mas Moscou só confirma que há vítimas. Do lado civil ucraniano, os números estão na casa das centenas, mas podem ser mais.
O canal de negociação entre Moscou e Kiev segue incerto. Após uma reunião em Belarus na segunda (28), os dois lados deveria se falar nesta quarta. O Kremlin primeiro disse que não haveria nova data ainda, depois que poderia haver conversa nesta tarde.
A Ucrânia suspeita que os russos só estão ganhando tempo. O seu negociador chefe, por exemplo, é Vladimir Medinski, um ex-ministro da Cultura sem experiência alguma em diplomacia e conflito.
No campo econômico, a pressão sobre Moscou só faz crescer. Nesta quarta, o maior banco do país teve de fechar suas atividades da Europa. Na véspera, a empresa formada na Suíça para gerir os contratos do megagasoduto Nord Stream 2, que foi suspenso pela Alemanha como retaliação apesar da dependência germânica de gás natural russo, faliu.