Ano de 2021 foi o 6º mais quente já registrado, afirmam agências dos EUA

Satélites mostram um declínio de 13% na extensão do gelo marinho do Ártico por década

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Nasa aponta uma elevação na temperatura média global em 2021 de 0,85ºC
O ano de 2021 foi o sexto mais quente da história, segundo dados divulgados conjuntamente pela Nasa, a agência espacial americana, e pela Noaa, a agência de administração oceânica e atmosférica dos Estados Unidos. "(O ano de) 2021 contribui e é consistente com a tendência de aquecimento observada a longo prazo", afirma a Nasa, em nota.
Já a medição publicada pelo Copérnico, o serviço de mudança climática da União Europeia, apontou 2021 como o quinto ano mais quente desde o início dos registros.
As agências usam diferentes modelos e linhas de base, o que resulta em números distintos. A Noaa aponta uma elevação na temperatura média global em 2021 de 0,84 ºC, enquanto a Nasa chega em 0,85ºC (valor que empata com o verificado em 2018).
Já o Copérnico aponta um aquecimento de 1,1°C a 1,2°C. As comparações são feitas em relação ao padrão de temperatura do período de 1850 a 1900, da era pré-industrial.
Apesar das diferenças numéricas, os três órgãos de pesquisa confirmam a tendência de aquecimento global observado nesta década. Eles revelam o mesmo padrão gráfico e mostram que os últimos sete anos foram os mais quentes da história.
Os recordes históricos aconteceram nos anos de 2016 e de 2020, segundo as três medições. De acordo com os dados da Nasa, os dois anos de recordes empataram, com um aquecimento de 1,02ºC.
A tendência de mudança de patamar verificada no gráfico da Nasa também é compartilhada pelas medições da Noaa e do europeu Copérnico: de 2014 para 2015, há um salto na temperatura média global. O novo patamar é mantido desde então.
"As temperaturas globais estão subindo em um ritmo que o planeta não experimentou em milênios. Embora os ciclos climáticos de curto prazo possam afetar o valor medido em qualquer ano, as tendências de aquecimento são muito claras e crescentes", afirma a agência espacial norte-americana.
A análise de temperatura da Nasa mostra que o Ártico está aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do planeta. "Os satélites mostram um declínio de 13% na extensão do gelo marinho da região por década", diz a agência em nota.
A Nasa também aponta um aquecimento do oceano em taxas sem precedentes, com 2021 marcando as temperaturas mais quentes das águas e os níveis globais do mar mais altos já registrados.