Primeira onda de imigração para Portugal começou na década de 1980
Os laços históricos e culturais e a língua em comum fazem com que Portugal e Brasil tenham um intercâmbio frequente de pessoas. Costuma-se dividir as migrações brasileiras para o país europeu em quatro ondas. A primeira, na década de 1980 e meados de 1990, tinha como destaque profissionais liberais, com muitos publicitários e dentistas.
A segunda, bem mais numerosa, aconteceu no início dos anos 2000 e incluiu muitos profissionais menos especializados. O período coincide com o endurecimento de medidas para a entrada nos Estados Unidos. A terceira onda, ainda mais forte, é de meados da década de 2000, com ênfase de trabalhadores e o começo da chegada regular de estudantes.
A grave crise econômica enfrentada pelo país, que precisou pedir resgate internacional em 2011, aumentou o desemprego e diminuiu a atratividade para os brasileiros. Com o Brasil em um bom momento econômico, muitos imigrantes também acabaram retornando. A partir de 2015, o cenário se inverteu. Com o Brasil em um cenário de deterioração política e econômica, e Portugal em franco reaquecimento, o país voltou a registrar aumento da população brasileira.
Alterações na lei de acesso ao Ensino Superior facilitaram a entrada de estudantes estrangeiros nas universidades portuguesas, que passaram a ver no mercado brasileiro um enorme potencial. Desde 2014, é possível inclusive usar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso. Atualmente, cerca de 50 instituições lusas aceitam a prova brasileira. Além dos estudantes, a onda migratória mais recente conta com muitos profissionais liberais que vieram em busca de segurança e mais qualidade de vida.
Quarto país mais seguro do mundo, de acordo com a última edição do Global Peace Index, Portugal costuma destacar a segurança como um de seus atrativos para novos moradores.
Com uma população envelhecida e uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa, o país tem na imigração um importante fator para reduzir o impacto do declínio populacional. Embora nunca tenha havido tantos estrangeiros como agora, o fluxo não foi suficiente para evitar o declínio populacional de 2% na década, de acordo com os recém-divulgado censo de 2021.