Europa pode chegar ao fim do verão com 90% dos casos da variante delta do coronavírus

Versão mais contagiosa do Sars-Cov-2, pode se alastrar se países não acelerarem vacinação e reforçarem cuidados contra o contágio

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Na França, variante originada na Índia ainda não chega a 10% dos casos
A liberação para turistas do Reino Unido - que também foi adotada por Espanha, Croácia e Grécia, por exemplo -, ocorreu à revelia das orientações centrais da Comissão Europeia. O país não fazia parte da lista branca para viagens não essenciais nem foi incluído na mais recente ampliação.

Risco de hospitalização entre infectados pela variante delta pode ser o dobro do que ocorria com a alfa

Nos cálculos feitos pelo ECDC, "qualquer relaxamento durante os meses de verão poderia levar a um aumento rápido e significativo nos casos diários em todas as faixas etárias, com um aumento associado nas hospitalizações e mortes, potencialmente atingindo os mesmos níveis do outono de 2020".
Embora resultados preliminares mostrem que as vacinas são eficazes contra casos mais graves provocados pela variante delta, a diretora do centro, Andrea Ammon, disse que há risco de hospitalização para quem não completou as doses necessárias. Pelos dados mais recentes, 33,9% dos adultos estão totalmente vacinados e outros 24,8%, parcialmente, na média de 30 países do continente europeu.
A preocupação é principalmente com os mais jovens, que estavam no final da fila de prioridades: os dados do Reino Unido mostram que eles são as principais vítimas da variante no momento. "É muito provável que a variante Delta circule amplamente durante o verão, especialmente entre os jovens. Isso eleva o risco de transmissão e doenças graves e mortes dos mais vulneráveis", afirmou Ammon.
Estudos feitos no Reino Unido indicaram que o risco de hospitalização entre infectados pela variante delta pode ser o dobro do que ocorria com a alfa - um dos motivos pelos quais a Inglaterra adiou a retirada total de restrições à circulação e ao contato entre pessoas.
As variantes não deveriam provocar tanta preocupação se os governos levassem a sério medidas básicas e já comprovadas para evitar a transmissão, afirmou na segunda-feira (21) a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade recomenda um programa de testes para identificar contágio, rastreamento de contatos e isolamento dos contaminados, além de distanciamento físico, uso de máscara e higiene das mãos.