Confronto com Israel causa crise humanitária em Gaza

Faltam alimentos, água potável e remédios, há risco de disseminação de Covid-19 e outras doenças e mais de 52 mil palestinos tiveram que deixar suas casas

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Com o conflito, palestinos sofrem com a falta de água e de alimentos
A Faixa de Gaza está imersa em uma crise humanitária desde o início da escalada de violência entre Israel e o Hamas - grupo que controla o enclave - na última semana. Faltam alimentos, água potável e remédios, há risco de disseminação de Covid-19 e outras doenças e mais de 52 mil palestinos tiveram que deixar suas casas, informaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (18).
A organização de direitos humanos Anistia Internacional afirmou que os bombardeios israelenses sobre prédios residenciais podem configurar crimes de guerra. Israel diz que atinge apenas alvos militares legítimos e que faz tudo o que pode para evitar baixas civis.
Há também falta de suprimentos médicos e um risco de disseminação de Covid-19 e de doenças ligadas à falta de água por causa das aglomerações de deslocados em escolas, disse Margaret Harris, porta-voz da OMS. Moradores da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental fizeram uma greve geral nesta terça, com posts nas mídias sociais que trazem a bandeira palestina.

Biden conversa com Netanyahu e defende cessar-fogo

Joe Biden telefonou pela terceira vez para o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e defendeu um cessar-fogo. O presidente norte-americano reiterou seu apoio ao direito de Israel a se defender, mas pediu que o país faça de tudo para evitar atingir civis.
Biden está sendo pressionado por congressistas de seu próprio partido a agir de forma mais incisiva para conter a crise no Oriente Médio. Tradicionalmente, Washington é um dos principais aliados de Israel na arena internacional. "Nosso cálculo, neste ponto, é que ter conversas nos bastidores é a abordagem mais construtiva que podemos ter", disse Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca.
Mediadores da ONU e o governo do Egito também aderiram a esses esforços diplomáticos, e a Assembleia Geral da ONU vai se reunir para discutir o tema na quinta-feira (20). A Alemanha pediu o cessar-fogo e ofereceu mais ajuda para os palestinos. O Egito anunciou nesta terça que vai mandar ajuda humanitária a Gaza e que destinará US$ 500 milhões à reconstrução do enclave.
A ministra da Saúde disse que serão enviados aos palestinos cilindros de oxigênio, seringas, antibióticos e pomadas para queimaduras. O posto fronteiriço de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída de Gaza que não está controlada por Israel. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou no domingo a abertura dessa divisa para poder trasladar feridos aos hospitais do Egito. O ministério da Saúde egípcio acrescentou que 11 hospitais, incluindo seis no Cairo, com capacidade de 900 leitos e mais de 3.600 profissionais de saúde, vão tratar dos palestinos feridos.