Chanceleres de potências do continente não reconhecem resultado da eleição na Venezuela

Ausência da oposição e alta abstenção marcam eleição legislativa no país sul-americano

Por

Maduro, que tem alta rejeição, transferiu o domicílio eleitoral para Forte Tiúna
Em uma eleição legislativa com pouca margem para surpresa, já que a maior parte da oposição boicotou o processo, o que chamou atenção no domingo (6), na Venezuela, foi a

Com o controle do Parlamento, Maduro ganha poder internacional para captar investimentos

O economista Victor Álvarez, ex-ministro de Indústrias do governo de Hugo Chávez, acredita que a nova Assembleia "muda o marco legal". "É o primeiro passo para que as novas leis aprovadas tenham reconhecimento internacional", afirmou.
Álvarez avalia que "um Estado sem os recursos da estatal petrolífera PDVSA e sem fundos para levantar a produção e reativar a economia deve se abrir a investimentos privados". De acordo com ele, a participação privada poderia incentivar privatizações na Bacia do Orinoco e em empresas que exploram outros recursos naturais, como ferro, ouro e diamantes.
O analista Dimitris Pantoulas acredita que a eleição encerrou ciclos importantes. "Um deles foi a derrota do chavismo, em 2015. O outro é o de Juan Guaidó, quando a oposição tinha legitimidade e reconhecimento internacional", afirmou. Apesar da desconfiança de EUA e Europa, segundo Pantoulas, "Maduro passa a ter muito mais poder" com a legalidade da nova Assembleia.
"A dinastia de Maduro, com seu filho Nicolasito (Nicolás Maduro Guerra) e a mulher Cília Flores, reforça a figura presidencial. Com isso, os EUA têm de negociar diretamente com ele, e não através de terceiros. É provável que a relação com Washington, nos próximos anos, seja mais horizontal", disse.