Trump trabalha para retirar parte das tropas dos EUA de Iraque e Afeganistão

Durante a campanha na qual foi eleito, em 2016, o republicano prometeu acabar com o que classificou como guerras sem fim dos EUA

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Foco dos soldados que ficarem deve ser o combate ao terrorismo
O presidente Donald Trump estuda a possibilidade de retirar milhares de soldados norte-americanos que atualmente estão presentes em conflitos no Iraque, no Afeganistão e na Somália. A informação foi inicialmente dada pela rede de TV CNN na segunda-feira (16) e depois confirmada pelo jornal The New York Times e por outros veículos da imprensa.
Não está claro ainda qual seria o cronograma exato da retirada e quantos militares voltariam para casa. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a ideia da Casa Branca é ordenar a retirada até 15 de janeiro - cinco dias antes do fim do atual mandato de Trump. negociações de paz entre o governo local e o Taliban.
O documento contribuiu para que Trump decidisse demitir o secretário. Sua saída abriu as portas para a chegada de Miller e de uma nova equipe, que não se opõem ao plano.

Líder republicano no Senado, McConnell é contra retirada

Quem já se manifestou contra a nova estratégia, porém, foi o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, um dos principais aliados de Trump no Congresso. "Uma retirada rápida das forças dos EUA do Afeganistão agora iria prejudicar nossos adversários e encantar as pessoas que querem nos fazer mal", disse o senador durante a sessão da Casa na segunda-feira, quando o plano de Trump já tinha sido divulgado pela imprensa.
Apesar do acordo feito entre o governo afegão, os EUA e o Taliban em fevereiro, o país continua enfrentando turbulências, com mais de 200 civis mortos em decorrência de conflitos no mês passado. As negociações entre Cabul e o grupo, que ocorrem no Qatar, também estão travadas.
McConnell comparou ainda a ação a retirada das tropas norte-americanas no fim da Guerra do Vietnã e a decisão do antecessor de Trump, Barack Obama, de ordenar as retiradas dos soldados do Iraque em 2011.
A ação, de acordo com especialistas, acabou criando o cenário para o fortalecimento do grupo Estado Islâmico. O próprio Obama acabou anunciando o retorno dos militares ao país três anos depois.
Segundo o New York Times, porém, Trump considera que a retirada das tropas é uma promessa importante para sua base e que a ação seria lembrada por seus apoiadores caso ele decida disputar novamente a Casa Branca em 2024.