Morte de Alemão, cachorro mais famoso no Centro Histórico, causa comoção entre moradores

Conhecido na região central de Porto Alegre, cão era 'personalidade' na região que ele tornou sua casa

Por Bolívar Cavalar

Morre Alemão, cão comunitário que levava alegria à população do Centro Histórico
Querido por moradores e comerciantes do Centro Histórico de Porto Alegre, o cachorro Alemão faleceu nesta quarta-feira (26). A notícia causou comoção entre a vizinhança, que se manifestou por redes sociais. Conhecido por frequentar todos os dias a rua Cel. Fernando Machado, o cão já era tido como 'personalidade' da região que ele transformou em sua casa.
Vítima de atropelamento há alguns meses, o Alemão – como era chamado por todos – teve complicações e, nos últimos dias, estava internado em uma clínica veterinária de Porto Alegre. Chegou a ser entubado, mas não resistiu.
Vira-lata com traços de pastor alemão, motivo para o nome que lhe foi dado, Alemão foi adotado há anos pelos moradores da Fernando Machado. Também circulava nos arredores, sendo saudado nas ruas Demétrio Ribeiro, General Auto e adjacências. Era reconhecido e bem-vindo inclusive em churrascos de rua na vizinhança, prática comum naquela parte residencial do Centro de Porto Alegre.
Liege Saldanha, moradora do bairro Centro Histórico, lamentou a morte de Alemão e lembrou os hábitos do animal. Todos os dias, por volta do meio-dia, Alemão deitava em frente a um açougue da rua Fernando Machado. O cão aguardava que os funcionários lhe dessem um osso e, ao receber o presente, ia embora.
Ela ainda relata que, quando circulava pelo bairro, sempre encontrava Alemão caminhando sozinho, recepcionando todos que passavam por ele. "Eu encontrava o Alemão nas esquinas e notava que ele era amigo de todo mundo", diz. "Todos cumprimentavam o Alemão, ele inclusive frequentava uma pet shop aqui perto, e sempre sozinho. Isso me intrigava muito, eu pensava 'esse cachorro parece uma pessoa'", completa.
O cão perambulava, sem coleira ou acompanhante, e cruzava ruas e andava por calçadas com desenvoltura. Segundo relatos, cativou muitas pessoas com sua simpatia e ficará na memória dos vizinhos do Centro Histórico de Porto Alegre, mais especificamente, dos moradores da Fernando Machado.