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Hipertensão Arterial faz mais vítimas entre a população negra
Lázaro Ramos, Jairzinho, Luciana Mello e Fofão são padrinhos da campanha de alerta da Sociedade Brasileira de Hipertensão
A Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) alerta os cidadãos negros sobre cuidados com a hipertensão. Eles devem ter preocupação redobrada com a hipertensão arterial, já que constituem o grupo em que a doença é mais prevalente. Estatísticas registram diagnóstico médico maior entre mulheres negras (27,4%) do que entre homens negros (22,2%).
Pressão alta traz riscos sérios de desdobramentos. Pode ocasionar derrame cerebral, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, infarto e até demência, sem falar que leva a óbito. A doença já é responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no País.
O problema é de tal gravidade que o chamado à atenção da SBH à população é continuado. Durante todo o 2020, médicos e profissionais de saúde da área envidaram ações relacionadas durante a campanha Meça sua Pressão Arterial, Controle-a, Viva Mais.
Famosos do mundo da teledramaturgia, da música e dos esportes abraçaram a iniciativa. São padrinhos oficiais da campanha da SBH o ator Lázaro Ramos, os irmãos e cantores Jairzinho e Luciana Mello, e a campeã mundial e olímpica de vôlei Márcia Fofão. Em vídeos e depoimentos disponíveis no site e redes sociais da SBH (http://menospressao.com.br/arquivos/campanhas/2020/), eles conclamam fãs, torcida, enfim, a todos, a investir na prevenção.
População deve ficar de olho nos fatores de risco e sintomas da doença
A hipertensão arterial vem aumentando ano a ano entre os brasileiros de forma geral, sendo que já atinge um terço da população acima de 18 anos, segundo o Ministério da Saúde (mais de 70 milhões de pessoas).
Entre a população negra, os números são mais alarmantes: dados norte-americanos mostram prevalência de hipertensão em 40% entre afrodescendentes. No Brasil, os estudos epidemiológicos revelam que a população negra tem 1,5 vezes mais prevalência que os brancos.
Além disso, a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apresenta diagnóstico médico maior entre mulheres negras (27,4%) do que entre homens negros (22,2%). Isso ocorre por fatores genéticos e ambientais, entre eles maior prevalência de obesidade e maior sensibilidade dessa parcela da população ao excesso de consumo de sódio.
Histórico familiar, sedentarismo, abuso do consumo de álcool, rotina estressante, excesso de peso e, principalmente, consumo excessivo de sal, são alguns dos motivos que causam a doença. “Para evitar a hipertensão, medidas simples do dia a dia podem ajudar: praticar atividade física com regularidade, diminuir a ingestão do sal, evitar o excesso de peso, manter uma dieta balanceada, realizar exames de rotina, abandonar o cigarro”, pondera a enfermeira Grazia Guerra e o médico cardiologista Luiz Bortolotto, coordenadores da campanha. “No caso dessa doença, a prevenção é sempre o melhor remédio”, arremata a médica Frida Plavnik, presidente da SBH.
Com o isolamento social devido a pandemia do coronavírus, os indivíduos com pressão alta devem ter atenção especial, com acompanhamento de especialistas, aos cuidados necessários para mantê-la sob controle. A Sociedade Brasileira de Hipertensão também orienta todos os pacientes a procurar serviço de emergência em casos de dor forte no peito, falta de ar intensa, perda de movimentos ou dificuldade para falar, que podem significar complicações graves da hipertensão arterial.
Como já citado, a hipertensão é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, responsáveis pelas principais causas de morte no Brasil e no mundo, como o infarto e o derrame cerebral. “É fundamental que os cidadãos acompanhem sempre a pressão arterial, para evitar complicações que ocorrem quando ela fica muito alta”, pontua Bortolotto, também vice-presidente da SBH. “Se possuírem aparelhos de aferição de pressão em suas casas, façam as medidas regularmente e comuniquem seus médicos se houver alguma alteração. Intensifiquem a adoção de hábitos saudáveis de vida, como diminuir o consumo de sal, evitar o excesso de álcool, e manter algum grau de atividade física, mesmo dentro de suas casas”, ressalta ele.
Na atual crise de saúde mundial, é igualmente natural uma maior ansiedade, que pode contribuir também para o aumento da pressão arterial. Por isso, são essenciais atitudes que diminuam o estresse, tais como conversar com parentes e amigos por meios digitais, ler um bom livro, assistir filmes e até técnicas de meditação e relaxamento. Todas essas ações ajudam a manter a pressão controlada. O mais relevante de tudo, se a pessoa tem pressão alta e faz uso de medicação, é não deixar de tomar os medicamentos de controle, mesmo que infectada com o novo coronavírus.
Por último, há evidências em todo o mundo de uma diminuição de procura aos hospitais por doenças cardiovasculares devido ao receio de se infectar pelo coronavírus. Assim, as pessoas devem ficar atentas a sinais de alarme para estas doenças, como dor forte no peito, falta de ar intensa, perda de movimentos ou dificuldade para falar, que podem significar complicações graves da hipertensão arterial. Nesta situação, o paciente deve procurar um serviço de emergência para ser tratado. A SBH reforça que, além de adotar todas as medidas para a prevenção do Covid-19, é indispensável continuar cuidando sempre da sua pressão arterial.