Isolamento pode agravar castigos e palmadas durante a pandemia de coronavírus

Com aulas suspensas, o convívio mais intenso na pandemia e o estresse dos pais expõem crianças a violências física e psicológica

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Com escolas fechadas desde março, crianças ficam mais tempo em casa
Estudo da Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas) aponta que muitas mães, pais e responsáveis acreditam que é necessário colocar as crianças de castigo, gritar ou dar palmadas para melhor educá-las. De acordo com os dados do levantamento da Pipas, 73% acreditam que os castigos são necessários, 49%, as palmadas, e 25%, os gritos. Os dados da pesquisa cearense, coletados antes da pandemia do novo coronavírus, preocupam especialistas, que acreditam que as

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Analisando os efeitos negativos que castigos físicos podem ter na vida de crianças, Daiane afirma que é preciso ter outras estratégias para educar. "Compreendo que as crianças podem ser bem desafiadoras, ainda mais quando os adultos estão atarefados e com pouco tempo e energia para dispor para as crianças", contextualiza.
"As crianças falam através de comportamentos e elas sabem quais comportamentos acionam os gatilhos dos pais. É tarefa dos adultos reconhecer e interpretar seus gatilhos, elaborando outras estratégias de comunicação e aprimorando a relação", constata a psicóloga. Por isso, durante o período de isolamento social, o recomendado é que os responsáveis passem tempo com as crianças e que consigam, de certa forma, manter a rotina delas.
Matos também defende que é fundamental que pais ou responsáveis organizem uma rotina com atividades agradáveis em família. "E que também reservem um tempo para o lazer pessoal, para tentar diminuir o estresse. Nossa capacidade de tolerar é diminuída com o estresse. Sendo assim, situações que são facilmente toleradas quando estamos minimamente equilibrados emocionalmente, podem ser as mesmas situações que ocasionam descontroles e rupturas emocionais quando estamos estressados."