Coronavírus: o que se sabe até agora no Brasil e no mundo

O que é coronavírus, como surge, os cuidados, como se prevenir e como se dissemina

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Commuters with protective facemasks wait to board a canal boat at Pratunam Pier in Bangkok on January 30, 2020. - A Thai surgical mask factory, producing 10 million masks a month, increased working hours to cope with the rising demand following an outbreak of SARS-like virus in China, with their product exported mostly to US and Europe the rest sold on the domestic market. (Photo by Mladen ANTONOV / AFP)
O anúncio de monitora os registros de mortes, casos confirmados e países com registro da doença.

O que é o novo coronavírus?

  • O coronavírus (CoV) é uma grande família de vírus causadores de diversas doenças respiratórias, desde o resfriado comum a doenças severas - como a Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV).
  • O novo coronavírus (2019-nCoV) - cujos primeiros casos surgiram em Wuhan, na China -, que está gerando preocupação mundial desde a virada do ano, é uma cepa não previamente identificada em humanos.
  • A origem do novo coronavírus ainda não foi definida, mas cientistas acreditam que está relacionada a morcegos. Ao contrário do que foi disseminado nas redes sociais, a transmissão do vírus para seres humanos não veio de uma sopa de morcego, mas pode ter surgido do contato com o animals.

Como é transmitido?

  • O coronavírus é zoonótico, ou seja, a transmissão pode ocorrer entre animais e pessoas. Existem diversos tipos conhecidos de coronavírus que ainda não infectaram seres humanos, mas que circulam entre animais.
  • Não se sabe a capacidade de transmissão dessa nova variante da doença. Porém, geralmente, são transmitidas por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
  • Ainda não é claro o quão contagioso é a nova cepa do coronavírus descoberto na China. Em Wuhan, um único paciente infectou 14 pessoas. Estudos podem demonstrar se o vírus é altamente transmissível ou se ocorre uma transmissibilidade inferior à do resfriado.
Rafaela Pfeifer/Arte/JC

Quais são os sintomas?

  • Os sintomas são semelhantes aos do resfriado
  • Os três principais são: tosse, dificuldade para respirar e febre. Importante: do ponto de vista clínico, é muito difícil diferenciar sintomas da gripe, do resfriado e desse vírus. Somente com exames laboratoriais é possível fazer a identificação e o acompanhamento do caso.
Uma pessoa com suspeita da doença deve apresentar:
  • Situação 1: febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) e histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
  • Situação 2: febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) e histórico de contato próximo com pessoa suspeita de estar com a doença nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
  • Situação 3: febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) e contato próximo de caso confirmado de coronavírus em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
Rafaela Pfeifer/Arte/JC

Como se proteger?

  • Lave frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente
  • Utilize lenço descartável para higiene nasal
  • Cubra o nariz e a boca quando espirrar ou tossir
  • Higienize as mãos após tossir ou espirrar
  • Mantenha os ambientes bem ventilados
  • Cozinhe totalmente carnes e ovos
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
Evite:
  • Contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas
  • Tocar nas mucosas de olhos, nariz e boca
  • Contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença e com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações domésticas
Rafaela Pfeifer/Arte/JC

Cronologia do Coronavírus

31 de dezembro de 2019
Autoridades chinesas emitiram o primeiro alerta à Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan.
1º de janeiro de 2020
A agência norte-americana para a Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC) afirma que um grande mercado de peixes e mariscos em Wuhan, aparentemente ligado às primeiras infecções, foi fechado.
9 de janeiro de 2020
As primeiras análises sequenciais do vírus realizadas por equipes chinesas apontam que a pneumonia foi causada por um novo coronavírus.
11 de janeiro de 2020
Autoridades chinesas de saúde anunciam a primeira morte de um paciente com o vírus.
17 de janeiro de 2020
Os EUA passam a fazer exames de detecção em três aeroportos. No dia 21, confirmam o primeiro caso da doença, em Washington.
13 de janeiro de 2020
OMS notifica o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China, na Tailândia. Trata-se de uma mulher com pneumonia leve que voltava de uma viagem a Wuhan.
20 de janeiro de 2020
  • Cientistas confirmam transmissão do vírus entre humanos.
  • China confirma registros da doença em Pequim (Norte), Xangai (Leste) e Shenzhen (Sul).
22 de janeiro de 2020
  • Londres e Roma anunciam medidas para monitorar passageiros provenientes de Wuhan.
  • O uso de máscara passa a ser obrigatório nos espaços públicos em Wuhan.
23 de janeiro de 2020
  • Trens e aviões partindo de Wuhan foram suspensos, e as rodovias, bloqueadas. Várias outras cidades da província de Hubei são isoladas do mundo.
  • China anuncia o fechamento de pontos turísticos, como a Cidade Proibida.
  • OMS nega emergência global.
24 de janeiro de 2020
  • Wuhan é isolada.
  • Mais de 40 milhões de pessoas foram confinadas na província de Hubei, povoada por quase 60 milhões de habitantes.
  • Primeiras mortes fora de Wuhan: em Hebei e Heilongjiang, na fronteira com a Rússia.
  • Três casos são confirmados na França, os primeiros na Europa.
25 de janeiro de 2020
China ordena medidas nacionais de detecção do coronavírus em trens, ônibus e aviões.
27 de janeiro de 2020
  • A OMS corrige a avaliação de risco de "moderado" para "alto".
  • Primeira morte em Pequim.
28 de janeiro de 2020
Alemanha e Japão relatam os primeiros casos de infecção em pessoas que não viajaram para a China.
30 de janeiro de 2020
OMS declara emergência internacional em saúde devido à disseminação da doença.
31 de janeiro e 2020

Coronavírus no mundo

Onde há registros: 38 países - China (territórios chineses de Macau, Hong Kong e Taiwan), Coreia do Sul, Itália, Japão, Irã, Singapura, Estados Unidos, Tailândia, Barein, Austrália, Malásia, Alemanha, Vietnã, França, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Canadá, Kuwait, Espanha, Filipinas, Índia, Rússia, Oman, Áustria, Afeganistão, Nepal, Camboja, Israel, Nigéria, Bélgica, Líbano, Finlândia, Suécia, Croácia, Suíça, Iraque, Egito e Sri Lanka.
>> O Johns Hopkins Center criou site que declarou emergência internacional de saúde por conta da disseminação do coronavírus chinês. No final de dezembro de 2019, autoridades chinesas emitiram o primeiro alerta junto a OMS, atentando sobre uma série de casos de pneumonia, com origem até então desconhecida, na cidade de Wuhan.
As primeiras análises do vírus, realizadas pelo governo chinês, mostraram que a incidência da doença estava ligada a uma nova variação do coronavírus - cujos primeiros registros foram identificados em 1960.
Em meio aos constantes casos envolvendo a transmissão do novo coronavírus, cientistas norte-americanos trabalham para desenvolver uma vacina que pode barrar a transmissão da doença. A vacina está sendo desenvolvida no laboratório da farmacêutica Inovio, na Califórnia e já tem nome: “INO-4800”.
A equipe responsável pelo desenvolvimento do produto utiliza uma tecnologia de DNA, capaz de atingir partes específicas do agente patogênico, organismo que promove doenças infecciosas. O trabalho deste e de outros laboratórios é financiado pela Coligação para Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI), organização não governamental que apoia o desenvolvimento de vacinas que previnam surtos.

A situação da doença no Brasil

O Brasil já tem dois casos com testes positivos da doenças. grupo do Ministério da Saúde monitora a situação e define medidas. Todos os pacientes que chegaram a ter suspeita de coronavírus passaram por testes genômicos para a presença do vírus 2019-nCoV.