Taxistas de Porto Alegre aprovam o tráfego por faixas exclusivas

A medida, autorizada pela prefeitura, pretende incentivar a utilização do serviço

Por Gabriela Porto Alegre

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Taxistas de Porto Alegre ganharam uma nova opção para impulsionar os serviços na Capital e fugir do congestionamento. Na quinta-feira passada, o Executivo municipal autorizou os táxis a trafegarem pelas faixas que até então eram de uso exclusivo de ônibus e lotações. A medida passou a vigorar ontem e a liberação vale para todas as faixas exclusivas da cidade, com exceção da faixa da Cristóvão Colombo e da faixa da avenida Independência, no sentido bairro-Centro.
Com a iniciativa, os táxis poderão trafegar nessas vias quando estiverem com ou sem passageiros embarcados. Conforme a prefeitura, a liberação passará por um período de testes, por alguns meses, para que seja avaliada a permanência desta utilização.
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Faixas exclusivas onde os táxis podem circular

  • Av. Júlio de castilhos
  • Av. Independência
  • Av. Voluntários
  • Av. Cavalhada
  • Av. Nonoai
  • Av. Brasil
  • Av. Bento Gonçalves
  • Av. Assis Brasil
  • Av. Icaraí
  • Av. Ipiranga
  • Rodoviária (Rua Conceição)
  • Av. Independência*
  • Rua Mostardeiro
*No sentido Centro-bairro

ATP aponta prejuízo à agilidade no transporte por ônibus

A medida anunciada pela prefeitura não é vista com bons olhos por parte das empresas de ônibus da Capital. Promovidas como uma forma de fomentar o transporte coletivo, dando prioridade ao modal, as faixas exclusivas são defendidas pela Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), que representa as empresas, mas o uso dos espaços pelos táxis é criticado.
"As faixas são para dar um ganho operacional, de produtividade ao sistema coletivo. Elas fazem com que se leve a mesma quantidade de pessoas com menos coletivos. Somos totalmente favoráveis aos corredores exclusivos. Colocar táxis nesses espaços irá tirar a mobilidade dos ônibus. Somos contra colocar outros modais nos corredores", afirma o diretor-executivo da ATP, Gustavo Simionovschi.
Conforme o executivo, a decisão da prefeitura irá colocar quase quatro mil carros para circular nas faixas exclusivas o que, inevitavelmente, irá gerar um impacto na circulação dos ônibus nos horários de pico. "Deveria haver prioridade para os ônibus. Um ônibus pode tirar 48 carros das ruas. Além disso, somos o único transporte social, com benefícios para estudantes, idosos, entre outros. Com os táxis nas faixas exclusivas, essa prioridade se perde", observa Simionovschi.