Revitalização do viaduto da Borges, em Porto Alegre, está sendo revisada

Com valores defasados, projeto de 2015 está sendo revisado na Smim e na SMC

Por Isabella Sander

Estudo estimava custo de R$ 34 milhões para recuperar toda a estrutura
Com projeto concluído em 2015, a revitalização do viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, voltou a tramitar na prefeitura de Porto Alegre no último mês. O estudo, encomendado pela Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov) e outras entidades da sociedade civil e elaborado pelo arquiteto Alan Furlan, está sendo revisado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) e pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
Enquanto a Smim atualiza o orçamento do projeto (os valores de 2015 estão defasados), para que a prefeitura busque recursos para sua execução, a Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc) da SMC realiza análise técnica do estudo, averiguando se a proposta é adequada para o restauro de uma construção que é patrimônio histórico de Porto Alegre, o que exige mais cuidados do que uma obra comum. A diretora da Epahc, Ronice Borges, estima que a análise seja finalizada em cerca de dois meses.
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Segurança melhorou com a presença da polícia, diz presidente da Arccov

Apesar das reclamações, o presidente da Arccov reconhece que a situação no viaduto da Borges já foi bem pior, até um ano atrás, quando a Brigada Militar retirou as pessoas que ocupavam a parte inferior do espaço, que, de acordo com Adacir Flores, em grande parte eram criminosos que se misturavam entre a população de rua para traficar drogas e cometer outros delitos, tensão que durou cerca de dois anos. Desde então, o policiamento ostensivo foi intensificado na região e os comerciantes têm mais paz, vendo voltarem, também, os clientes das lojas.
Além da revitalização, a Arccov faz campanha pela realização de eventos perto do viaduto, a fim de deixar a região mais viva e segura. Uma ideia da prefeitura foi promover feiras e outras atividades que contassem com a presença de food trucks no local. Após algumas tentativas, porém, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico constatou a inviabilidade da proposta - houve dificuldades técnicas, porque o espaço é estreito demais para estacionar os caminhões e comportar os geradores e as pessoas presentes, e o lugar não recebeu público suficiente a ponto de atrair os empresários. Diante de alguns chamamentos para eventos que não tiveram food trucks interessados, o município desistiu da ideia.
Descartados os food trucks, não houve outras propostas para o espaço. "Tinha um grupo de artistas plásticos que fez algumas feiras por aqui, mas não vingou", lembra Flores, que sonha que a Feira Multicultural do viaduto, realizada algumas vezes, se torne tradicional e aconteça diariamente, para dar mais segurança para o transeunte e valorizar o viaduto. "É uma obra única no mundo, o único viaduto em que se pode andar por baixo, por cima e pelos lados. Precisamos valorizá-lo", defende o lojista.
No dia 17 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Ainda não há confirmação de atividades comemorativas no local.