Enquanto a licitação do novo serviço do restaurante popular não é concluída, as refeições estão sendo servidas no Ginásio Tesourinha, pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), contratada emergencialmente para o trabalho. O processo licitatório está em fase de recursos das candidatas. Quando for colocado em operação, o novo sistema contará com seis restaurantes populares - dois no Centro, um no Eixo Baltazar, um no Eixo Glória/Cruzeiro, um no Eixo Restinga/Sul e um no Eixo Leste/Lomba/Partenon. As duas unidades do Centro oferecerão 200 refeições diárias, ao passo que as outras servirão 100 por dia.
Segundo a coordenadora do Mais Dignidade, Silvia Mendonça, o objetivo é oferecer alternativas à situação de rua. Entre elas está a abertura de três Centros de Atenção Psicossociais e a ampliação dos já existentes, chegando a um total de 15 unidades.
Moradia Primeiro aluga imóveis para 54 pessoas
A locação de imóveis pelo programa Moradia Primeiro está prevista em convênio junto ao governo federal, no qual são disponibilizadas até 153 bolsas locatícias de R$ 500,00 pelo prazo de um ano, período no qual equipes do município fazem o acompanhamento quinzenal dos inquilinos e os ajudam a se adaptar à nova vida e buscar independência financeira. "O problema é que não temos muita oferta de imóveis para alugar, principalmente por preconceito dos possíveis locadores", lamenta Silvia Mendonça. O resultado é que, hoje, há 54 pessoas recebendo o benefício, devido à dificuldade de encontrar moradia. Mesmo baixo, em comparação à quantidade de bolsas disponíveis, o número de pessoas beneficiadas é o maior da história de Porto Alegre nessa modalidade.
A servidora Patrícia Mônaco, da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), ressalta que a ampliação do atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para dependentes de álcool e outras drogas, com instalação de uma unidade na própria região onde as pessoas consomem as substâncias, é uma vitória. "Sempre que procurávamos fazer uma política pública para a população de rua, batíamos no fato de que 60% a 65% dela fazia uso abusivo de entorpecentes. Se eu não lidar com essa questão, não resolvo o problema", observa. Para terem acesso à moradia, os contemplados devem se comprometer a manter o tratamento nos Caps, mesmo se não conseguirem ficar abstêmios.
Outra ação que faz parte do projeto Mais Dignidade é a disponibilização de passagens de ônibus para levar pessoas de Porto Alegre para sua cidade de origem. Conforme Patrícia, até o momento, 198 pessoas já foram contempladas e voltaram para seus municípios, após passar por análise de uma equipe de assistência social.