Rio Grande do Sul tem índices de saúde melhores do que os nacionais

Itens piores são suicídios, mortes por pré-natal inadequado e por doenças não transmissíveis

Por Isabella Sander

Estudo mostra que estradas gaúchas vem registrando menos vítimas
Entre as metas estabelecidas na área da saúde pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Rio Grande do Sul apresenta índices melhores do que os registrados em nível nacional na maioria dos pontos. Em estudo lançado ontem pelo Departamento de Estudos e Estatísticas (DEE), da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), com dados das últimas duas décadas, foi identificado que os únicos itens nos quais o Estado está pior do que as médias do Brasil são a quantidade de suicídios, as mortes de bebês evitáveis se houvesse um pré-natal adequado e óbitos por doenças não transmissíveis.
As metas na área de saúde fazem parte do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número três (ODS3) da ONU: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades, até 2030. As metas são reduzir a mortalidade materna e neonatal, acabar com as mortes evitáveis de crianças menores de cinco anos, eliminar epidemias de Aids, tuberculose, malária e doenças tropicais, combater doenças transmissíveis, reduzir a mortalidade por doenças não transmissíveis, prevenir o abuso de álcool e outras drogas, reduzir as mortes por acidentes, dar acesso universal a serviços de saúde sexual e reprodutiva e serviços de saúde essenciais, e acabar com as mortes por contaminação.
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Taxa de suicídios é maior do que a brasileira e a mundial

O Rio Grande do Sul figura com taxa superior à brasileira e à mundial no número de suicídios, indicador da meta 4 da ODS3. A taxa global é de 10,6 suicídios para cada 100 mil habitantes e, no Brasil, de 6,5 casos. Já o Estado registrou, em 2017, 11,6 óbitos para cada 100 mil pessoas (total de 1.349 mortes). A quantidade de suicídios vem aumentando nos últimos anos - em 2015, era de dez para cada 100 mil. "Este é um indicador que precisa ser acompanhando. Mesmo sendo algo difícil de determinar, precisamos buscar entender por que as taxas estão crescendo", pontua o pesquisador do DEE Guilherme Rosa de Martines Risco, um dos responsáveis pela pesquisa.
O percentual de mortes evitáveis por doenças não transmissíveis na população de 20 a 59 anos também é maior - 49,4% dos óbitos evitáveis nessa faixa etária no Estado e 44,9% no País em 2017. Estão incluídas, entre as doenças não transmissíveis, as enfermidades cardiovasculares, o câncer e a diabete, por exemplo.
O estudo mostra, ainda, que o Rio Grande do Sul segue uma tendência nacional de queda na cobertura vacinal. As imunizações passaram a cair a partir de 2013 para doenças como hepatite B e poliomielite. Esse comportamento explica, em parte, os casos de mortes por doenças transmissíveis. Em 2017, o Estado teve 8,8% dos óbitos por causas evitáveis, um pouco abaixo dos 9,2% no País.