Gestantes e crianças já podem se vacinar contra a gripe no Rio Grande do Sul

No lançamento da campanha, ministro confirmou primeira morte pela doença em 2019

Por Isabella Sander

Mandetta, Leite e Marchezan participaram do início da imunização em Porto Alegre
Desde ontem, a vacina contra a gripe está disponível nos postos de saúde de todo o Brasil. A imunização tem como público-alvo, neste primeiro momento, gestantes e crianças entre seis meses e seis anos incompletos. O restante do grupo de risco poderá se vacinar na rede pública a partir de 22 de abril. A meta é aplicar as doses, até 31 de maio, em 90% das 3,78 milhões de pessoas. Durante o lançamento da campanha, no Centro de Saúde Modelo, na Capital, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, confirmou a primeira morte por gripe A em 2019 no Estado, ocorrida entre janeiro e março.
Uma das novidades deste ano é a ampliação em um ano na cobertura de crianças - de até cinco anos incompletos para até seis anos. A mudança representa 136 mil crianças a mais no Rio Grande do Sul.
"A vacina é um direito da criança e é dever dos pais e responsáveis levá-la a uma unidade de saúde. Não vacinar pode ser um indicativo de que a criança está sofrendo negligência", alertou Mandetta. O ministro também anunciou planos de antecipar a vacinação, em 2020, para a primeira quinzena de março, em toda Região Sul, a qual, por ter temperaturas mais baixas, apresenta maior número de ocorrências de gripe.
O prefeito Nelson Marchezan Júnior falou sobre a necessidade de fortalecer cada vez mais a rede básica e aumentar o número de imunizados. "Porto Alegre reduziu nos últimos anos o índice de vacinação, acompanhando uma tendência nacional", ressaltou.
Para o governador Eduardo Leite, a prevenção a problemas mais graves de saúde é fundamental, a fim de que haja recursos suficientes para cuidar da saúde de todos. "Mais do que uma campanha, a vacinação é um movimento de engajamento da sociedade. É de interesse de todos evitar a tristeza das famílias e a destinação excessiva de recursos na média e na alta complexidade devido à falta de prevenção", avaliou.
O programador Vinicius Souza de Oliveira e a enfermeira Greice Araújo Lopes levaram ontem suas duas filhas, uma com dois anos e meio e outra com uma semana de vida, para o Centro de Saúde Modelo. Durante a gravidez, Greice já havia se imunizado, para garantir uma gestação mais tranquila. "É importante fazer, para não acontecer um quadro pior. A criança pode nascer com problemas se a mãe tiver uma gripe forte, então é bom se imunizar."
A jornalista Paula Maia está com seis meses de gravidez e também procurou a imunização, que, para ela, é um ato de civilidade. "Além de proteger a mim, protege o bebê e toda uma comunidade à nossa volta. Acho que temos que fazer isso", afirmou.
Mais tarde, após visitar obras no Grupo Hospitalar Conceição, Mandetta lamentou a perda, pelo Brasil, do certificado de país livre do sarampo, e apelou para que a sociedade vá aos postos. "A vacina é uma conquista da humanidade. As pessoas usam fake news para difundir ódio e informações falsas, que são ainda piores quando atingem a saúde pública. Acreditem na capacidade da ciência, acreditem em fontes verdadeiras", pediu.
 

Novas portarias habilitam serviços de saúde em municípios gaúchos

O ministro da Saúde aproveitou a ocasião para assinar duas portarias, com valor total de R$ 17 milhões, que habilitam serviços em 11 municípios - Arvorezinha, Caxias do Sul, Esteio, Farroupilha, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz, Três de Maio e Viamão. Entre as autorizações estão um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Unidades de Pronto-Atendimento, leitos, serviços de oncologia, obstetrícia e reabilitação. Mandetta informou que, diante de pedido da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, acrescentará um serviço de saúde mental.
Com as habilitações, a União começa a repassar recursos para os serviços. Conforme o governador Eduardo Leite, com a verba repassada, municípios e hospitais têm um pouco de seus déficits aliviado. "Temos um passivo de R$ 488 milhões com municípios e hospitais, que foram empenhados pela última gestão e não pagos, e outros R$ 600 milhões que sequer foram empenhados, por isso essas habilitações são tão importantes", disse.