Plano contra incêndios do Fêmina está em andamento, diz GHC

Sexto andar do hospital segue interditado após fogo atingir sala no sábado

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Sexto andar do hospital segue interditado após fogo atingir sala no sábado
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) garantiu, ontem, que vem buscando regularizar os Planos de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) de seus hospitais desde 2016. No último sábado, um incêndio atingiu parte do sexto andar do Hospital Fêmina, em Porto Alegre, cuja gestão pertence ao GHC. No momento, segundo a direção do grupo, a unidade está "em processo de licitação para levantamento das áreas físicas para confecção do PPCI". Informações do Corpo de Bombeiros, divulgadas após o fogo, dão conta de que o prédio nunca chegou a dispor do plano e que os trâmites nesse sentido estão estacionados desde 2008.
Em nota, a direção do GHC afirma que foi estabelecido, há cerca de três anos, um cronograma para regularizar a situação, que priorizou os hospitais Conceição e da Criança Conceição, que também pertencem ao grupo. O PPCI do Hospital Conceição teria passado, por solicitação do Corpo de Bombeiros, por quatro processos de correção de projeto, o mais recente encaminhado em novembro do ano passado. O Cristo Redentor, também gerido pelo GHC, teve a última notificação de correção emitida pelos Bombeiros em outubro de 2018. Em ambos os casos, o GHC diz estar trabalhando nas modificações solicitadas.
O texto também enumera o andamento dos processos em torno da Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, que protocolou reanálise em novembro de 2018, e da Escola GHC, que encaminhou novo protocolo a partir da inauguração da atual área, diferente da que constava no pedido original. Nesse caso, segundo o grupo, a reanálise começou a tramitar em janeiro deste ano.
"Salientamos a efetividade da Brigada de Incêndio do Hospital Fêmina, que demonstrou competência, equilíbrio e agilidade no combate ao sinistro", acentua a nota. O texto também garante que todas as providências administrativas foram adotadas após o incêndio, que provocou a interrupção de atividades na UTI Neonatal e em quartos para gestantes de médio e alto riscos. Ao todo, 33 pessoas estavam na ala quando o fogo teve início. Ninguém se feriu.
A reabertura da ala atingida pelo fogo, inicialmente prevista para hoje, pode demorar mais algum tempo para acontecer. Segundo a assessoria do GHC, os trabalhos de limpeza e higienização da área atendida estão "bem evoluídos", mas não é possível prever uma data para que o andar volte a funcionar plenamente. As consultas ambulatoriais e o atendimento aos pacientes internados em outras alas segue acontecendo. A Secretaria Municipal da Saúde, que tem redirecionado as gestantes enquanto o Fêmina segue sem atendimento, aguarda a liberação das áreas para voltar a autorizar internações no hospital.
 

Para sindicato, acusar enfermeiro é forma de desviar atenção

Em nota, o Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs) afirma que há uma tentativa de criminalizar funcionários do Fêmina, como forma de desviar a atenção para a ausência do PPCI. Uma das linhas de investigação da Polícia Civil, a partir de imagens liberadas pelo GHC, é a de que o fogo tenha origem criminosa. Um enfermeiro do Fêmina apareceria na filmagem, modificando a posição de uma câmera e circulando em uma sala atingida pelas chamas.
Segundo o Sergs, o funcionário afirmou, em depoimento, que bateu na câmera enquanto carregava um suporte para soro. As imagens ainda estão sendo analisadas pela 10ª Delegacia de Polícia. No texto, a entidade afirma que o funcionário teria sido demitido pelo GHC, fato confirmado pela direção do hospital.
O presidente da Sergs, Estevão Finger, acentua que houve negligência por parte do GHC e alerta para o risco de novos incidentes, caso as irregularidades nas unidades do grupo não sejam sanadas. Segundo o sindicato, 247 hospitais no Estado estariam funcionando sem alvará de incêndio.