Isadora Jacoby

Michele e Maurício contam que a relação com os seguidores se fortaleceu na pandemia

Casal de influenciadores gaúchos compartilha dicas de moda e lifestyle nas redes sociais

Isadora Jacoby

Michele e Maurício contam que a relação com os seguidores se fortaleceu na pandemia

Há casais que criam, juntos, um negócio. No caso de Michele Nascimento, 27 anos, e Maurício Ribeiro, 28, o próprio relacionamento se tornou o negócio. Os dois são criadores de conteúdo nas redes sociais à frente de @maisumcasalpreto, onde mostram momentos cotidianos, compartilham dicas de moda e o que mais rolar na vida da dupla. O projeto, que começou de forma despretensiosa para compartilhar os momentos do casal, tornou-se a principal fonte de renda. 
Há casais que criam, juntos, um negócio. No caso de Michele Nascimento, 27 anos, e Maurício Ribeiro, 28, o próprio relacionamento se tornou o negócio. Os dois são criadores de conteúdo nas redes sociais à frente de @maisumcasalpreto, onde mostram momentos cotidianos, compartilham dicas de moda e o que mais rolar na vida da dupla. O projeto, que começou de forma despretensiosa para compartilhar os momentos do casal, tornou-se a principal fonte de renda. 
Juntos desde 2016, Michele conta que a ideia de criar uma conta juntos no Instagram surgiu para dividir, com familiares e amigos, as fotos e os momentos juntos. "Quando a gente fala isso, as pessoas já pensam em algo brega. Mas gostávamos muito de postar fotos nos nossos perfis do Instagram, e as pessoas amavam. Dessa ideia, vimos que começaram a se interessar mais, queriam saber mais da gente, e vimos uma oportunidade de contar um pouco mais sobre a nossa história", lembra Michele, destacando que o fato de ser um casal preto atraiu audiência. "Conforme fomos produzindo mais conteúdo na internet, fazendo vídeos, tocamos muito no assunto de sermos um casal preto, afrocentrado. São coisas que trouxeram um público para nós e fez com que criássemos uma certa visibilidade", acredita.
Apesar de, desde então, terem assumido as funções de influenciadores digitais como parte da rotina, que era dividia com empregos com carteira assinada, foi somente a partir da pandemia que a profissão se tornou o principal foco dos dois. Jornalista, Michele trabalhava em uma agência de publicidade, enquanto Maurício, em uma empresa focada em delivery. "A pandemia mudou tudo. Houve esse boom, porque acho que, nesse momento, as marcas precisaram muito dos influenciadores para divulgarem seus produtos. Em 2020, vimos que estava dando certo, mas, no fim do ano, começou a ficar pesado levar as duas vidas", conta Michele, que decidiu sair do emprego para empreender. "Em janeiro de 2021, saí da agência, abri o meu brechó (@fillinbrecho), e, por ter o meu próprio negócio, consegui ter mais flexibilidade para trabalhar com a internet", conta. 
Em outubro de 2021, a empresa que Maurício trabalhava fechou as portas, e foi aí que a dupla decidiu se dedicar à atividade de forma integral. "Percebemos que estávamos ganhando o triplo do que ganhávamos juntos como CLT. Já tínhamos deixado de trabalhar com marcas por falta de tempo. Parece que tudo conspirou a favor, porque passaram a nos procurar mais, conseguimos também produzir mais conteúdo orgânico mostrando o nosso dia a dia juntos", explica Michele. 
Com mais de 40 mil seguidores no Instagram, o casal conta que conseguiu estabelecer uma dinâmica para dividir o que é trabalho e o que é relacionamento. "Aprendemos a colocar esse trabalho dentro da nossa relação sem que atrapalhe. Conseguimos separar, no sentido de não fazer com que consuma a nossa relação. Separamos direitinho a função de cada um. Não sei se isso funcionaria para qualquer casal, porque passamos 24 horas juntos, fazemos tudo juntos. Para nós, é muito bom, porque antes não tínhamos esse tempo", comemora Michele. A dupla ressalta que isso só funciona porque o conteúdo que produzem está muito relacionado a vida que levam. "Não é nada planejado. O que mostramos nos stories é o que acontece na nossa vida, tudo natural", garante Maurício. 
O casal acredita que compartilhar esses momentos cotidianos, além de conteúdo sobre moda, é o que atrai o interesse das pessoas que os seguem nas redes. "Acho que as pessoas gostam muito do nosso estilo, o modo de nos vestirmos. Elas têm curiosidade de saber como é o relacionamento entre duas pessoas pretas no Rio Grande do Sul, ver os lugares que a gente frequenta", aponta Michele.
Com marcas como Renner, Fruki e Coca-Cola entre as que já trabalharam, o casal ressalta que escolhe com muito critério as empresas parceiras. Entre os cuidados, está entender se a escolha é por um interesse genuíno no conteúdo da dupla ou para cumprir uma cota racial.
"Quando reconhecemos o nosso poder de influência, o trabalho se torna mais sério. Fazemos coisas que combinam com a gente, com o nosso público e que utilizamos no dia a dia. Conseguimos perceber quando uma marca quer só se aproveitar de uma pauta. Acontece muito de sabermos que a marca nos chama para sermos a cota. Percebemos muito, em eventos, que somos os únicos influenciadores pretos. Conhecemos vários outros influenciadores pretos aqui de Porto Alegre que poderiam ser chamados", pondera Michele, que acredita no poder de transformação que a presença de mais influenciadores pretos na internet pode proporcionar.

Confira as dicas do @maisumcasalpreto de influenciadores pretos para seguir

  • @nascimence - Cesar Nascimento, curiosidades sobre moda, lifestyle e tendências
  • @iambrunagabriela - Bruna Gabriela, blogueira e empreendedora
  • @maecrespa - Aline Barbosa, a realidade de uma mãe solo
  • @lydiagoess - Lydia Goess, moda sustentável e consumo consciente
  • @moniimachado - Monique Machado, psicóloga e educadora Social
 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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