Depois de dois anos difíceis por conta da pandemia, empreendedores precisaram se reinventar para chamar atenção da clientela

Conheça três bares de Porto Alegre que apostam no karaokê


Depois de dois anos difíceis por conta da pandemia, empreendedores precisaram se reinventar para chamar atenção da clientela

Se antigamente uma caixa de som com música ambiente era suficiente, hoje pode não ser mais. O público está exigente, e cabe aos empreendedores buscarem formas de chamar a atenção da clientela. Eduardo Rocha Garcia, 29 anos, e Pedro Prietsch, 37, são exemplos de gestores que decidiram inovar e incorporar o karaokê no seu negócio, a Purple Drinkeria e Store (@sigapurple). Eles garantem que o feito está sendo um sucesso.
Se antigamente uma caixa de som com música ambiente era suficiente, hoje pode não ser mais. O público está exigente, e cabe aos empreendedores buscarem formas de chamar a atenção da clientela. Eduardo Rocha Garcia, 29 anos, e Pedro Prietsch, 37, são exemplos de gestores que decidiram inovar e incorporar o karaokê no seu negócio, a Purple Drinkeria e Store (@sigapurple). Eles garantem que o feito está sendo um sucesso.
O empreendimento situado na rua General Lima e Silva, nº 594, abriu as portas em outubro de 2021, e, apesar do pouco tempo de operação, já teve de repensar a sua estratégia. "Abrimos de terça-feira a domingo, e notamos que o faturamento da terça e quarta estava sendo muito baixo. Até refletimos se valia mesmo a pena abrir nesses dias, pois estávamos praticamente pagando para trabalhar. Foi quando decidimos que iríamos dar um jeito de aumentar a movimentação do bar, e foi aí que surgiu a ideia de incorporar o karaokê", explica Eduardo.
ANDRESSA PUFAL/JC
Desde que investiram na nova estrutura para cantoria ao vivo nas quartas-feiras, em janeiro, o dia se tornou o mais movimentado da casa. "A adesão vem sendo excelente, o movimento e faturamento são como os de uma sexta ou sábado, se não melhor. O karaokê deu vida para um dia parado", garante o sócio.
"Já tivemos vários relatos de pessoas que vem aqui nas quartas, que estão enfrentando problemas, seja de saúde ou em relações amorosas, que conseguem entrar aqui e se desligar, curtir aquele momento e se divertir. Se eu soubesse que o karaokê seria assim, já teria investido nele desde o início", admite. Além de karaokê e drinks autorais, o espaço possui uma lojinha, que, de acordo com Eduardo, é uma das formas que os sócios encontraram de refletir a identidade da empresa. "Apostamos no pacote 'produto e serviço', ofertando duas coisas ao mesmo tempo. O bar é o nosso carro-chefe, mas também temos a loja com itens, peças de roupa e bottons que defendem e representam causas que acreditamos", declara. O objetivo principal do Purple, inclusive, é ser um espaço seguro e de acolhimento para pessoas da comunidade LGBTQIA .
"Notamos que existe essa lacuna em Porto Alegre, existe muito público e poucos espaços que, de fato, abraçam essa comunidade, que as pessoas se sintam seguras. Aqui nós acreditamos que todas as letras têm de ser acolhidas, sempre foi uma preocupação fazer do espaço o mais inclusivo possível", expõe. O Purple abre de terça a quinta, das 18h à meia noite, e de sexta a domingo, das 18h às 2h.
ANDRESSA PUFAL/JC

Um dos pioneiros segue bombando

Referência no segmento, o Babilônia Karaokê completa 39 anos de existência em agosto, sendo um dos bares mais antigos da Capital e um dos pioneiros no karaokê. Apesar da concorrência estar crescendo cada vez mais, Paulo Ricardo da Silva, 49 anos, mais conhecido como Paulinho Babilônia, afirma que adora ver novos negócios surgindo e apostando no segmento.
"Quanto mais karaokês abrirem em Porto Alegre, melhor vai ser para quem investe no ramo, desde que a gente continue trabalhando bem e se preocupando com os clientes e o bem-estar deles, investindo nos melhores equipamentos e atendimento", declara o empreendedor, que gerencia o espaço ao lado da ex-esposa e sócia, Ilva Machado de Oliveira.
A decisão de incorporar música e cantoria ao vivo ocorreu em 2000, quando o conceito ainda era novidade. "Recebemos indicações de que outros bares estavam colocando karaokê e tava dando muito movimento. Cheguei a ir em dois lugares para conhecer, que hoje já até estão fechados, gostei e decidi incorporar, até porque o movimento no bar era muito pequeno", explica.
ANDRESSA PUFAL/JC
Mesmo após tantos anos, Paulo garante que gerenciar o Babilônia segue sendo uma experiência incrível. "Trabalhar com pessoas novas todos os dias é muito bom, nossos clientes são sempre amigos do amigo do amigo que veio aqui e gostou, então o pessoal indica muito", acredita.
O sucesso foi tanto que, recentemente, o negócio incorporou seu sistema de karaokê no Deck do Vavazão, em Capão da Canoa. "É novo mas está sendo um sucesso, teve final de semana que receberam cerca de 100 pessoas lá", afirma.
Localizado na rua Pernambuco, nº 2.384, o espaço recebe cerca de 700 pessoas por semana, e o sócio está otimista que os números cresçam ainda mais com a volta dos eventos presenciais. "Estávamos no auge antes da Covid, e agora estamos voltando aos poucos. A expectativa é ultrapassar o nosso máximo de antes da pandemia", admite.
Paulinho é muito grato por todos os seus clientes, inclusive aqueles que exageram na bebida. "Sempre falo que, dos meus bêbados, eu cuido. Se passam mal e vomitam, a gente cuida, oferece água e fica ali ajudando a chamar um aplicativo", brinca.
ANDRESSA PUFAL/JC

Avenida Bento Gonçalves atrai todos os tipos de vozes

Tudo começou quando quatro amigos, antigos moradores do bairro Partenon, perceberam que poderiam movimentar a região da avenida Bento Gonçalves. Como a zona residencial é composta por minimercados e poucas atrações de entretenimento, o quarteto pensou ser promissor inaugurar um bar que fosse perto da Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Aberto em 2019, o Base Biergarten é um espaço multicultural que promete entregar música boa, comida gostosa, cerveja gelada e palco para karaokê.
A ideia do negócio é ser um ponto de cultura para moradores que estavam carentes deste tipo de estrutura. Eventos de hip-hop, shows de pagode, doações sociais, projetos e calouradas são organizados diariamente. Marcos Pereira, um dos sócios, conta que, com a pandemia, o bar passou por uma grande reestruturação a fim de cumprir com os interesses do público vizinho. "Conseguimos abrir oficialmente em junho de 2021 e adicionamos mais um sócio. Atualmente, somos Paulo Lopes, Luciano Barcelos, Sidnei Haefliger e Péricles Rangel. Juntos conseguimos suprir as necessidades do negócio de tempos difíceis", diz.
O karaokê é a novidade recém apresentada aos clientes. "A ideia, na verdade, foi um pedido do nosso público fiel. Então, colocamos um telão no meio do bar, um notebook para a escolha das músicas e um microfone. É a atração da noite porque sempre acaba movimentando e chamando novos fregueses", afirma Marcos otimista. Outra novidade é a playlist colaborativa para quem deseja ouvir uma música específica no espaço.
BASE BIERGARTEN/ REPRODUÇÃO/JC
Além do karaokê, mesas de sinuca e shows dos artistas Cafajeste e Cafetina foram implementados com o intuito de tornar a noite melhor. De acordo com Marcos, não há cobrança pelos shows e todo o lucro é para os artistas.
Por ser a primeira vez empreendendo, o quarteto se baseia fielmente na opinião do seu público. "Está sendo muito desafiador, mas, para este ano, o pensamento é positivo. Já conseguimos perceber a movimentação, seja de estudantes da Pucrs ou de moradores. Agora, é possível curtir em um bar sem que os clientes saiam de sua região. Era o que todos estavam precisando", assegura.
O espaço aposta no conceito da reciclagem. Em seus 340 metros, há mesas e bancos reutilizados, potes de conserva como copos, jardim com árvores, área aberta para fumantes, palco e grafite nas paredes. Segundo o empreendedor, o seu diferencial é não ser em formato lancheria, mas sim um bar que seja ponto de cultura e resistência na periferia. O Base Biergarten (@basebiergarten) abre de terça-feira a sábado, das 18h à meia-noite, com entrada gratuita. Os hambúrgueres custam em torno de R$ 25,00, o combo com refrigerante e batata, R$ 35,00, as pizzas, R$ 30,00 e a cerveja entre R$ 14,00 e R$ 18,00. Até às 20h, a caipirinha é dose dupla.