Isadora Jacoby

Celebrando quatro décadas de existência em 2022, a confeitaria se consolida como uma das mais tradicionais de Porto Alegre

Armelin supera período difícil e vende mais de 2 mil quilos de salgado por dia

Isadora Jacoby

Celebrando quatro décadas de existência em 2022, a confeitaria se consolida como uma das mais tradicionais de Porto Alegre

"Essa rua é a Gonçalves Dias, mas muita gente conhece por 'a rua do Armelin'", diz Luiz Armelin, 76 anos, proprietário da confeitaria que leva o nome da família. A afirmação mostra a tradição da Armelin em Porto Alegre. Há 40 anos no mesmo ponto do bairro Menino Deus, o negócio vende cerca de 2 mil quilos de salgados por dia. "É a que mais vende, poucos vendem igual aqui", garante. 
"Essa rua é a Gonçalves Dias, mas muita gente conhece por 'a rua do Armelin'", diz Luiz Armelin, 76 anos, proprietário da confeitaria que leva o nome da família. A afirmação mostra a tradição da Armelin em Porto Alegre. Há 40 anos no mesmo ponto do bairro Menino Deus, o negócio vende cerca de 2 mil quilos de salgados por dia. "É a que mais vende, poucos vendem igual aqui", garante. 
O negócio, que celebra em junho 40 anos de existência, surgiu de uma parceria de Luiz com seu irmão, José. Luiz administrava uma casa de carnes, que funcionou até 2020 na loja ao lado da confeitaria. "Tinha dois irmãos que queriam trabalhar nisso e eu tinha a casa de carnes, que ia muito bem, e tinha essa loja ao lado parada. Convidei um deles para trabalhar junto e começamos. Confeiteiro mesmo era meu irmão, que faleceu. Eu não mexo em nada. É um sistema muito bom, formado, temos 46 colaboradores", conta o empreendedor. Foi José quem teve a ideia de começar o sistema de vendas de salgados por quilo no balcão, uma das tradições da Armelin. "A casa de carnes era muito famosa, então fazia fila grande. Meu irmão pegava a bandeja de salgado e oferecia para o pessoal experimentar. Antigamente, o balcão era aberto, as pessoas vinham e beliscavam. Tinha gente que jantava aqui. Depois colocamos vidro, mas continuou vendendo bem", lembra. 
LUIZA PRADO/JC
O modelo de venda, inclusive, tornou-se a principal fonte de renda da confeitaria após a pandemia. Com a redução na realização de eventos e festas, as pessoas passaram a encomendar menos os salgados e começaram a buscar no balcão. "Hoje, 70% das vendas são aqui no balcão, 30% é tele-entrega. Antes, era meio a meio", diz Luiz. Outra tradição do negócio são os salgados recheados, que são feitos em uma máquina japonesa que custa R$ 700 mil.
O método, acredita Luiz, é um importante diferencial do negócio. "Eu e meu irmão fomos para São Paulo numa feira e conhecemos essa máquina que consegue fazer milagres. Faz serviço de 20 funcionários. Para outras confeitarias fazerem igual, precisam comprar a máquina, que é muito cara, e ter dois funcionários permanentes para cuidarem dela. Tem que vender muito. Nós, por dia, vendemos mais de 2 mil quilos", afirma o empreendedor, garantindo que, apesar da quantidade, a produção é sempre fresca.
"Tudo é feito permanentemente. O produto pode ser feito ontem, mas é frito hoje. A casa abre às 8h, mas às 6h já tem gente preparando o produto do dia. O que sobra não é vendido, é doado", explica. 
Morando há 60 anos no bairro, Luiz diz que não troca o Menino Deus por nenhum outro. No entanto, apesar de empreender há tanto tempo na região, diz que não consegue traçar um perfil dos consumidores do bairro, já que recebe pessoas de todas as partes da Capital e de cidades da Região Metropolitana em seu negócio.
O ponto, no número 230 da rua Gonçalves Dias, é o único "Armelin mesmo", garante Luiz. As lojas na avenida Otto Niemeyer e na avenida do Forte são comandadas por seus sobrinhos de forma independente. 
Além dos salgados, a Armelin vende doces e tortas. As chapinhas, tortas retangulares, são o carro-chefe na parte dos doces.
"Vendemos 200 por dia, enquanto em outras casas vende duas", compara Luiz, que revela estar preparando o neto de 19 anos para assumir o negócio. Para ele, o segredo para permanecer há tantos anos de forma consolidada no mercado é não desistir, mesmo nos momentos mais difíceis.
"O segredo é a persistência, muita força de vontade e contar com uma equipe muito boa", afirma. 
LUIZA PRADO/JC
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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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