O Só Amor é formado por Flu, Carlinhos Carneiro e Chico Bretranha

Trio de Porto Alegre aposta em serenatas e vídeo mensagens para datas especiais


O Só Amor é formado por Flu, Carlinhos Carneiro e Chico Bretranha

Um projeto para falar e levar amor. Esse é o objetivo do Só Amor, idealizado por Flávio Santos, o Flu, da banda DeFalla, com os integrantes da Império da Lã, Chico Bretanha e Carlinhos Carneiro (que também ficou conhecido pela Bidê ou Balde). A iniciativa, que surgiu para o Dia dos Namorados em 2017, ganhou novos contornos durante a pandemia. Os shows com repertório cheio de canções românticas deram espaço às serenatas na janela e a vídeo-mensagens. 
Um projeto para falar e levar amor. Esse é o objetivo do Só Amor, idealizado por Flávio Santos, o Flu, da banda DeFalla, com os integrantes da Império da Lã, Chico Bretanha e Carlinhos Carneiro (que também ficou conhecido pela Bidê ou Balde). A iniciativa, que surgiu para o Dia dos Namorados em 2017, ganhou novos contornos durante a pandemia. Os shows com repertório cheio de canções românticas deram espaço às serenatas na janela e a vídeo-mensagens
Chico conta que o formato foi uma alternativa para o trio manter as atividades durante a pandemia, já que o setor de eventos foi amplamente afetado. Conciliando a carreira de músico com a de produtor, Chico viu a agenda de 16 eventos mensais cair para um - quando muito dois - eventos desde março do ano passado. A alternativa, então, surgiu inspirada em formatos que faziam sucesso no passado e que, agora, tornaram-se possibilidades seguras por conta da pandemia. "A minha esposa deu a ideia das vídeo-mensagens, assim como tinham os carros de som ou as disk mensagem por telefone nos anos 1990. Pensamos por que não converter em produto o nosso conteúdo musical, nossa experiência e a mensagem de amor em um tempo em que está todo mundo  carente não só de música e de arte, mas de amor e de carinho", lembra Chico. A primeira leva de mensagens veio no Dia dos Namorados do ano passado. Por ser uma data romântica, as serenatas também passaram a fazer parte dos produtos oferecidos pelo trio. "A serenata remete a uma coisa mais romântica, e tem tudo a ver com o nosso repertório. Vimos que podíamos ir na sacada das pessoas, com distanciamento, tocando para o núcleo familiar que já estava na casa", explica Chico. 
A iniciativa, segundo ele, foi um sucesso. Em pouco dias, o trio levou as canções de amor para vários porto-alegrenses. "O pessoal comprou a ideia. Acabou rolando até serenata virtual, participamos de festas de famílias no Zoom", lembra o músico, que acredita que a iniciativa foi uma forma das pessoas ficarem próximas, mesmo distantes fisicamente. "Recebemos pedidos de gente nos Estados Unidos, em outros estados, que está morando longe e não pode voltar por conta da pandemia, mais de um ano sem ver seus pais, seus amigos", detalha. Com a agenda aberta para o Dia das Mães, Chico conta que o grupo já recebeu diversos pedidos para apresentar seu repertório eclético. "Qualquer música que tenha o tema de amor, de relacionamento, de amizade. Todos os gêneros falam de amor", garante.
As serenatas, disponíveis para Porto Alegre, custam em torno de R$ 500,00, com um repertório de 10 músicas e duração aproximada de 30 minutos. "Não tem equipamento de som nem nada, a ideia é não dar aglomeração. Os vizinhos sempre ficam na janela curtindo, aplaudindo. Mas sempre tomamos cuidado para não juntar pessoas na calçada. Mas isso nunca aconteceu, o pessoal sempre teve bom senso", contextualiza Chico. As mensagens gravadas em vídeo custam em média R$ 100,00 e duram cerca de dois minutos. "Mandamos para a pessoa que contratou e ela envia, ou mandamos de forma surpresa para o agraciado ou agraciada. No início do vídeo, nos apresentamos, contamos de quem é o presente e cantamos uma música", explica. 
SÓ AMOR/ DIVULGAÇÃO/ JC
Mesmo que a plateia se resuma a poucas pessoas ou a um contato virtual, Chico afirma que os formatos encontrados pelo trio para se apresentar durante a pandemia ajudam a matar a saudades do palco e a manter o orgulho frente às dificuldades. "Ajuda muito na nossa autoestima. Saímos com a alma lavada. Por mais que a remuneração não chegue perto do valor de um show normal, agradecemos muito quem ajuda contratando o serviço. A satisfação pessoal é a mesma ou até maior, porque dá aquela sensação de estar começando do zero. Sair de casa com o case do violão e se olhar no espelho do elevador saindo para trabalhar dá uma sensação de dignidade, e é isso que todo profissional de arte quer: sair de casa para trabalhar, seja com sua maleta de ferramentas para montar um palco ou com um instrumento musical. Dá esperança para segurarmos por mais um tempo", emociona-se. 
Chico destaca, ainda, que apesar das dificuldades, os músicos encontram mais alternativas para manter suas atividades, como lives remuneradas por empresas ou licitações públicas. Para ele, é importante que as pessoas olhem com atenção para quem está no backstage das produções artísticas e ajude sempre que possível esses profissionais. "Quem está mais prejudicado, realmente muito vulnerável, é o pessoal da graxa, como chamamos, que são os técnicos de som, carregadores, técnicos de palco. Esses profissionais que fazem o show acontecer no backstage estão muito mais prejudicados. Muitos tiveram de abandonar a profissão para trabalhar em outras coisas. Talvez quando o mercado retomar eles não voltem e o mercado volte mais desqualificado", lamenta. 

Ajude a graxa

A campanha Faça o Show Continuar arrecada doações para reverter em cestas básicas para auxiliar os trabalhadores do setor do entretenimento em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belém e nas suas regiões metropolitanas. Acesse link vakinha.com.br/faca-o-show-continuar para doar.